A Conferência Nossa Senhora das Vitórias, em Campo Grande/MS comemorou 100 anos de atividades no dia 31 de maio, com uma grande Assembleia Festiva, organizada pelo Conselho Central de Campo Grande/MS no dia 28 de maio, Dia de Pentecostes, e que reuniu vários vicentinos. Assim como sonhava Frederico Ozanam, depois da Conferência Nossa Senhora das Vitórias, formou-se na cidade uma grande Rede de Caridade que hoje conta com 52 Conferências, além da primeira.
O trabalho em Campo Grande começou em uma época que os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul ainda não eram divididos. “Viajei muito por várias cidades, fundando Conferências naquela época em que tudo era um estado só, fundando diversas Conferências. Era uma missão que eu gostava muito. O trabalho foi árduo, mas produziu bons frutos. Com a divisão do Estado, facilitou o trabalho”, lembra o primeiro presidente do Conselho Central de Campo Grande, João Francisco Terra.
O atual presidente do Conselho Central, Jociel César Crespim, destaca a importância desse trabalho. “É um grande momento para a nossa cidade e para a Sociedade de São Vicente de Paulo. São 100 anos de grandes trabalhos, muitas famílias foram resgatadas da pobreza e da fome”, conta ele, sempre destacando o apoio da Arquidiocese de Campo Grande, representada pelo Arcebispo Metropolitano, Dom Dimas Lara que se fez presente na Assembleia Festiva e presidiu a Santa Missa.
O Presidente do Conselho Metropolitano de Campo Grande, Anatalicio Fernandes, agradeceu a todos pela dedicação em dar continuidade a esta obra de caridade idealizada por Antônio Frederico Ozanam.
O atual presidente da Conferência, Sérgio Santo Rigo conta que o desejo de Ozanam segue sendo seguido à risca pela Conferência desde sua fundação. “Desde a sua fundação a Conferência Nossa Senhora das Vitórias tem trabalhado a Regra no atendimento às famílias carentes, principalmente aquelas em extrema pobreza”, afirma.
E esse atendimento às famílias, que começou há 100 anos, se espalhou pela cidade, onde os vicentinos são conhecidos como sinônimo de caridade. “Vemos no nosso irmão o próprio Cristo. Os vicentinos realizam o trabalho hoje por toda a Campo Grande, independente da religião da pessoa que precisa. O que importa é a pessoa. Ajudamos as famílias em sua cassa, com roupas, alimentos e documentos, por exemplo, tudo o que é preciso para promover o ser humano em si. Isso, além da parte espiritual, que independe do credo. As pessoas chegam a nós normalmente por indicação. Vão até as paróquias que têm Conferência pedir ajuda e fazemos a visita para ver as reais necessidades antes de prestar o atendimento”, explica.
A parte espiritual é tratada com muito carinho pelos vicentinos de Campo Grande. “Nosso objetivo não é só levarmos apenas o atendimento emergencial material. Antes de tudo, levamos a palavra de Deus. São Vicente sempre ressaltou a importância de evangelizar e entendemos e vivemos essa necessidade que as pessoas têm de receber a palavra. Levamos a palavra de Deus e falar dele para uma família que está em necessidade, passando dificuldades e até fome não é fácil. Mas o Evangelho é essencial para que essas famílias encontrem um caminho melhor para darem continuidade na caminhada, impulsionando as famílias carentes a despertar para vida, encaminhando-as para o trabalho digno, motivando as crianças, os adolescentes e jovens para o estudo, com o propósito de melhorar a autoestima de todos que nos são confiados, tendo como meta não só dar o peixe, mas ensiná-los a pescar. É uma real transformação. Às vezes essas famílias precisam saber que são amadas por Cristo e isso dá forças para sua mudança estrutural”, conta a vice-presidente do Conselho Metropolitano de Campo Grande, Nadir Vilela Galdioso.
“O trabalho dos vicentinos em Campo Grande nos enche de felicidade. É uma grande satisfação ver o sonho dos nossos sete fundadores se concretizando pela cidade, que vive essa grande Rede de Caridade. Eles prestam com maestria o atendimento emergencial, a evangelização, sem distinção alguma, propõem Projetos Sociais, são instrumentos de transformação na vida de cada família assistida, ensinando a pescar e realmente mudando as estruturas de quem precisa. Só temos a agradecer a Deus e a cada vicentino e vicentina que trouxeram a SSVP nos últimos 100 anos e desejar outros 100, 200, 300 anos de trabalhos maravilhosos”, conclui a Vice-presidente do Conselho Nacional do Brasil para a Região 3, Fabiana de Oliveira.