O ser humano adoece porque existe, porque se relaciona, porque sofre e se alegra, sente dor e fala de amor; do riso e do choro; do encontro e do desencontro; da harmonia e da desarmonia; da esperança e da desesperança; do canto e do pranto; porque não é perfeito e é feito por células que se transformam, alteram, multiplicam, reduzem fazendo com que seu corpo não aguente tanta pressão e se pressione. Aí sim se instala a doença, na luta momentânea pela sobrevivência. Pela constatação de que não é mais o mesmo. Por saber que nasceu frágil, cresceu com a ilusão de ser forte e que no fundo é mais frágil ainda”.

Os altos índices de suicídio, especialmente entre jovens e crianças, suscitam em nós um sentimento de perplexidade, tristeza e, em muitos casos, de impotência.  Atualmente, o Brasil se encontra entre os 10 países que registram os maiores números absolutos de suicídios, isso indica que todos nós conhecemos alguém que já tentou cometer o ato com um desfecho irreparável ou não.

Entre as causas mais comuns de suicídio estão os transtornos mentais, principalmente depressão, dependência de álcool e de outras drogas psicoativas, traumas, bullying, transtornos de personalidade, desemprego e demais injustiças sociais, isolamento social ou solidão e dor crônica.

Em 2015, o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) iniciaram uma campanha nacional de conscientização sobre prevenção ao suicídio. A campanha ‘Setembro Amarelo’ alerta que a melhor forma de se evitar um suicídio é por meio de diálogos e discussões que abordem a problemática.

Apesar de ser uma questão de saúde pública, precisamos nos conscientizar de que há formas de prevenção que cabem a nós, cristãos vicentinos, e que a principal atitude que devemos ter é censurar as crenças de que o suicídio é uma espécie de fraqueza ou covardia, somente dessa forma, conseguiremos nos colocar verdadeiramente disponíveis ao cuidado do outro, uma vez que evitamos censuras ou julgamentos.

No mês quando celebramos o ‘Pai da Caridade’, São Vicente de Paulo, o Conselho Nacional do Brasil sugere que os vicentinos a colaborarem com a campanha “Setembro Amarelo”, não somente em setembro, mas que tenhamos os olhos e coração aberto em todos os dias do ano para escutar e compreender que muitas pessoas perto de nós estão sofrendo e contam com nossa mão estendida, com nosso abraço e com uma possibilidade de serem acolhidos num serviço onde possam tratar sua dor. É preciso que, assim como São Vicente de Paulo, tenhamos respeito com os diversos sofrimentos e histórias, e que saibamos acolher, escutar e amar incondicionalmente os que estão fragilizados.

 

Psicólogas e consócias Ada Ferreira (representante da SSVP no Conselho Nacional da Família Vicentina) e Denise Ramos (coordenadora nacional de Jovens)

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