Mortificação: Uma Virtude Essencial para a Perseverança na Oração

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“A mortificação, como as outras virtudes, só se adquire por meio de atos repetidos” (São Vicente de Paulo)

Dando sequência às publicações sobre virtudes vicentinas, hoje falamos a respeito da virtude da Mortificação. Embora seja a menos popular entre as cinco virtudes, ela é de extrema importância para a caminhada espiritual e prática dos vicentinos.

:: O cuidado aos enfermos nos tempos de São Vicente e nos dias atuais

Para São Vicente de Paulo, a mortificação é um exercício de renúncia. Ela convida a abrir a mão não apenas dos prazeres ligados aos sentidos externos, mas também a evitar os excessos dos sentidos internos, como uma curiosidade desmedida e a vaidade. Trata-se de aprender a controlar as paixões e emoções, submetendo-as à razão e ao discernimento. Nesse processo, somos chamados a substituir sentimentos negativos, como ódio e desespero, por virtudes opostas, como amor e esperança.

Em resumo, a mortificação é um caminho para o desapego das coisas materiais, das pessoas e até mesmo de cargas e funções. Ela liberta e fortalece na oração, ajudando a expiar os pecados e crescer em santidade.

A Mortificação e a Cultura Atual

O mundo atual rejeita amplamente a ideia de mortificar os sentidos, muitas vezes associando-a a algo negativo ou retrógrado. No entanto, para os vicentinos, a mortificação é profundamente funcional. Ela ajuda a eliminar aquilo que atrapalha e prepara para agir com mais liberdade, segurança e disponibilidade.

Hoje, é possível entender a mortificação como uma forma de disciplina. Ela convida a “morrer” para atitudes e comportamentos que afastam da missão, como a vaidade, o rancor, o orgulho, a preguiça, a autossuficiência, o egoísmo e o consumismo. Essa prática nos conduz a uma vida mais equilibrada, marcada pela sobriedade e pelo espírito de renúncia, conforme o exemplo de Cristo: abandonar algo menor para alcançar algo infinitamente maior.

Mortificação no Cotidiano Vicentino

A mortificação também se manifesta na preparação e condução de nossas atividades. Por exemplo:

  • Paciência nos grupos: aceitar diferenças no ritmo de participação, especialmente dos mais simples.
  • Perseverança no trabalho: persistir no esforço, garantindo a continuidade e os bons frutos.

Assim, a mortificação não é um peso, mas uma fonte de liberdade. É a certeza de que temos ideias das emoções e sentidos, e que não temos controle de nossas ações. Como São Vicente ensina, ela nos torna aptos a servir com mais amor, dedicação e entrega.

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