“Era estrangeiro e me acolheste…”
Iniciativa global da Família Vicentina para celebrar os 400 anos do Carisma em 2017.
Em 2017 celebraremos os 400 anos do nascimento do Carisma Vicentino. Foi em 1617, enquanto pregava na Igreja de Chatillon, que Vicente de Paulo exortou os fiéis a ajudarem uma família pobre da paróquia que estava gravemente enferma, necessitada de comida e atenção. A família foi salva pela pronta resposta a este convite à ação e como resultado deste momento Vicente compreendeu que a Caridade para ser efetiva, devia também estar bem organizada – um evento que tem mudado o mundo nos últimos 400 anos.
Esta história também dá vida à um texto do evangelho no coração de nosso chamado vicentino. Em Mateus 25,35: “Eu era estrangeiro, e me acolheste”. Com a busca e ajuda aos estrangeiros de nosso tempo, mostramos solidariedade ao evento de Chatillon e é como se fossemos um com nosso chamado vicentino – damos vida o exemplo do Bom Samaritano em nossa comunidade.
Quem são em nossos dias os estrangeiros ao nosso redor? São muitos: os refugiados que fogem da opressão e da pobreza; os desabrigados em suas cidades devido a guerras civis; os migrantes que buscam uma vida nova; os sem teto; os enfermos físicos ou mentais; aqueles que sofrem discriminação por sua fé, raça ou cor; o jovem ou o ancião solitário e vulnerável. Muitas destas pessoas e situações já estão familiarizadas com o trabalho dos membros da Família Vicentina a nível global.
Fica a pergunta: Podemos fazer mais? Estão surgindo novas pobrezas para as quais somos chamados a dar uma resposta?
Para celebrar o 400º aniversário do nascimento do Carisma Vicentino, os líderes da Família Vicentina Internacional querem convidar seus membros ao redor do mundo a considerar como é que podemos acolher mais e melhor os estrangeiros de nossas comunidades, tornando este o foco dos 400 anos do Carisma Vicentino.
O ano de acolhida ao estrangeiro será celebrado de 1º de janeiro até o dia 31 de dezembro de 2017. Será lançado formalmente pelo Superior Geral da Congregação da Missão no dia 15 de maio de 2016 – Festa de Pentecostes.
Esta data é especialmente significativa para nossa Família Vicentina, pois marca o final do Ano da Colaboração, fazendo o chamado à ação e convidando-nos a descobrir maneiras concretas para ir em busca dos estrangeiros ao nosso redor. Também nos conecta profundamente com a Igreja, celebrando o jubileu da Misericórdia a pedido do Papa Francisco.
A partir de 15 de maio, os líderes da Família Vicentina terão a responsabilidade de desenvolver um processo de reflexão e consulta em seu ramo da Família Vicentina, trabalhando estreitamente com suas equipes nacionais e regionais. Convidamos a refletirem as seguintes perguntas
- Quem são os estrangeiros ao nosso redor?
- Como estamos dando nosso apoio atualmente?
- Quais as novas necessidades que estão surgindo?
- Como podemos responder à estas necessidades?
- Somos nós os estrangeiros necessitados de acolhida?
Esta consulta e as ideias que resultarem dela, permitirá a realização em outubro de 2016 de um plano de trabalho para cada ramo da Família Vicentina, que deverá ser posto em prática no ano de 2017.
Estes planos de trabalho também devem ser enviados para a Comissão de Colaboração da Família Vicentina, quem coordenará e colaborará com as atividades à nível global, através de produção de material de reflexão e celebração, assim também promovendo o ano de celebração do carisma e atividades realizadas através do site da Famvin. A comissão também redigirá um informativo com os avanços e conquistas desta iniciativa em 2018, de modo que poderemos medir e avaliar o resultado de nossas ações a nível global.
Onde a Família Vicentina tiver mais força, motivamos a colaborarem de maneira local, regional, nacional ou a nível internacional. Como o próprio Vicente de Paulo reconheceu – Somos muito melhores e mais efetivos quando trabalhamos juntos.
Dar as boas-vindas aos estrangeiros ao nosso redor, deve ser visto também como um convite a todos aqueles que partilham (ou possam estar interessados) em nossos valores vicentinos, missão e espiritualidade. As pessoas para quem atualmente servimos são tão capazes de acolher o estrangeiro, se os convidarmos a fazê-lo. Isto não depende do poder, riqueza ou hierarquia. Isto é uma oportunidade para todos por ser parte de nossa família e compartilhar em nossas celebrações no decorrer deste ano.
Padre Gregory Gay
Superior-geral da Congregação da Missão