O Dia Internacional da Mulher celebra a trajetória das mulheres ao longo dos anos na sociedade. A busca por direitos, independência, reconhecimento e segurança. Celebra suas conquistas e chama atenção para essas e outras são as bandeiras levantadas pela data. Dentro da SSVP, as mulheres, sejam elas consócias ou assistidas, também possuem uma história marcante.
Brechó “Nosso Cabide”
Contemplada em um dos Projetos Sociais dos vicentinos, Patrícia hoje se considera uma mãe realizada. Solteira e mãe de 4 meninas, ela cria as meninas sozinhas e arca com todas as despesas. “Não tenho ajuda financeira, recebo Bolsa Família, é pouco, mas ajuda”, conta um pouco da sua história. Ela faz parte de uma das diversas famílias assistidas pela SSVP e uma das que foi agraciada com a Contribuição da Solidariedade que, desde 2011, já atendeu 451 projetos que influenciaram na vida das famílias ajudadas pelas Conferências.
“A família vicentina tem me ajudado, com alimentos, conselhos, palavras, amizades, dedicação e eu só tenho a agradecer”. O brechó “Nosso Cabide” surgiu após uma conversa com a filha, na qual ela sugeria a criação de um bazar ou um brechó. “Um dia recebi algumas doações de roupas para minhas filhas e uma falou: ‘mãe, a faxina sumiu, não está mais tendo faxina, pessoal tá pegando e fazendo’, aí veio a pandemia e, em seguida, minha filha deu a ideia”, relembra Patrícia.
A assistida conta que, mesmo com dúvidas se a empreitada daria certo, decidiu apostar na sugestão da filha e começou a comentar e divulgar para conhecidos, colegas e pessoas para quem trabalhava. “As pessoas disseram para eu começar a divulgar em grupo, falar para as pessoas, com os colegas das minhas filhas e o brechó foi surgindo”.
Mesmo com pouco, apenas as roupas que recebia de doação, Patrícia correu atrás de fazer dar certo. Ganhou cabides, realizava algumas vendas e começou a buscar por araras, para expor os produtos. “Sei que a primeira venda que tive, na primeira casa morando, eu consegui fazer R$ 100 Com esse dinheiro consegui comprar a minha primeira arara, então comecei a comprar mais cabides, ir encaixando as roupas e colocando os preços”, conta Patrícia.
Aos poucos, o brechó foi crescendo, mais pessoas foram conhecendo o pequeno empreendimento e hoje elas contam com algumas modernidades: “fui contemplada com o valor de R$ 2500 dos vicentinos, o que permitiu que eu comprasse mais coisa para inovar e melhorar o brechó. Tenho maquininhas do Nubank e do Mercado Pago. As coias mudando muito, tem ajudado a gente”.
Patrícia teve ajuda da Conferência Nossa Senhora do Rosário, de Belo Horizonte/MG, área do Conselho Metropolitano de Contagem, para elaborar o Projeto. O confrade Valdemir, com apoio da mulher, Tereza, e da presidente da Conferência, Luíza e Maria Silveiro, definiram o plano e garantiram a eterna gratidão da assistida: “eu estou muito satisfeita, muito alegre, porque isso mudou a minha vida e das minhas filhas. Antes a gente não sabia o que era comer carne, hoje a gente vai ao açougue e compra dois, três tipos de carne, pode colocar fruta aqui na mesa”, celebra Patrícia.
O brechó “Nosso Cabide”, nome idealizado por suas filhas, fica na cidade de Belo Horizonte/MG, no Bairro Camargos, Rua Andira, 264. As compras podem ser realizadas diretamente no local, assim como as doações. Patrícia, assim como suas filhas, gerenciam a loja, que fica aberta de segunda a sexta, das 9h às 19h, e de sábado, domingo e feriados, até às 17h.
Maria Vão com as Outras Sim
Mas além dos Projetos Sociais, a comunidade vicentina também firma parcerias com ONGs e coletivos para capacitar as mulheres. Realizado em uma das propriedades da SSVP em Sarzede, o Plrojeto Costura Criaiva, do coletivo Maria Vão com as Outras Sim, surgiu para empoderar mulheres, dando a elas a oportunidade de se profissionalizar e gerar a própria renda.
Os Projetos Custura Criativa e Agroecologia acontecem desde 2021, no Bairro Brasília, sob assistência do Conselho Central de Ibirité/MG, que abrange Ibirité, Sarzede e Mario Campos. “O curso já formou 12 mulheres através do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), com a implantação da horta orgânica, e com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, através do curso de compostagem, fertilizantes e monhocario”, conta Deucilene da Silva, uma das coordenadoras gerais do Maria Vão com as Outras Sim.
A parceria com os vicentinos foi fruto de uma articulação da rede, diante da situação da pandemia no país. “Os vicentinos já tinham uma prática de assistência, que se uniu com os interesses coletivos e sociais já praticados pelas Marias Vão com as Outras Sim”, explica Deucilene.
Atualmente, o Projeto atende oito mulheres nas práticas de agroecologia e quatro na costura criativa. “Nosso principal objetivo é empoderar mulheres negras, periféricas, mães solos e pessoas em situação de vulnerabilidade social, desenvolvendo ações pautadas na economia solidaria, na cultura do bem viver, cooperativismo, princípios democráticos, da solidariedade com respeito a natureza e a promoção da dignidade, emancipação e valorização da vida”, diz a coordenadora.
Para conhecer mais sobre o coletivo e os trabalhos desenvolvidos, entre em contato com o email: [email protected]