A Pandemia de 1918 e a SSVP: Como nosso trabalho foi essencial nesse período

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PARTE I

Vivemos hoje um período de epidemia que nos levou e nos leva a grandes reflexões dentro da SSVP, principalmente como realizamos os nossos trabalhos vicentinos juntos aos Pobres e até mesmo como deixarmos de nos reunirmos para nossas formações sem o contato humano que tanto marca nossos encontros vicentinos. Com isso procurei entender como foi esse período quando tivemos a grande epidemia de 1918, conhecida como a gripe espanhola causada pelo vírus da Influenza H1N1, hoje já controlada e conhecida. A pandemia de 1918 estimasse que contaminou 500 milhões de pessoas e levou a morte em torno de 50 milhões de pessoas pelo mundo, vindo a terminar em 1920.

Nesse período a SSVP já realizava seu trabalho vicentino fortemente, principalmente no Brasil, e o primeiro relato em nosso Boletim Brasileiro foi no Boletim de julho, agosto e setembro de 1919 em um relatório apresentado à Assembleia Geral de  Julho de 1919 pelo Conselho Central Metropolitano do Rio de Janeiro que relata nos anos difíceis de 1918 enfrentado pelos Confrades da época,, veja um trecho do relatório: “Mercê de Deus, as perturbações que trouxe a esta cidade a pandemia de gripe não afetaram a vida das nossas conferências, que funcionaram regularmente na sua maior parte, trabalhando ainda os confrades nas suas paroquias ao lado dos párocos no socorro aos doentes e aos pobres.” na ocasião o Conselho Metropolitano da época contava com 646 confrades e 634 socorridos.

Em outro relatório do Conselho Metropolitano de Teresina, até então escrita por Therezina, conhecida por Endemia, registra-se a invasão da gripe do qual fez muitas vítimas do qual os vicentinos foram primordiais na ajuda e distribuição aos doentes gripados remédios e alimentos distribuídos em domicílio aos Pobres afetados.

Grandes obras surgiram nesse período, outro relato importante foi o do Conselho Metropolitano de São Paulo, do qual narrou o trabalho árduo dos confrades no auxílio a comunidade local na entrega de remédios e providências. Em Santos, as conferências foram incumbidas de distribuir socorros extraordinários em nome da associação comercial que nos confiou os produtos. Em São Carlos os confrades instalaram um posto médico de socorro ajudando as autoridades sanitárias na distribuição de medicamentos e em Bica das Pedras os confrades fundaram um hospital temporário para acolher os doentes, em Pirapora os confrades serviram como enfermeiros no hospital da cidade.

Uma situação que muitos vimos nos dias de hoje, foi o relato da conferência de Mogi das Cruzes, onde todos os confrades ficaram enfermos com a exceção do presidente da conferência Santa’ Anna, este teve que fazer sozinho e durante muito tempo a visita as famílias socorridas e aos pobres doentes da cidade.

Na ocasião o CM de São Paulo contava com 5 Conselhos Centrais, 29 Conselhos Particulares e 176 Conferências e 2.394 confrades assistindo 1.630 famílias.

Vale lembrar que na mesma época, os Vicentinos do Brasil contribuíam com a Bélgica enviando donativos para os Pobres que sofriam com a 1° guerra mundial, bem como outra frente contribuía em auxílio aos flagelados pela seca no Ceará, do qual o Conselho metropolitano de fortaleza, prestava contas dos trabalhos realizados na região.

Essa reflexão da pandemia de 1918 nos tráz na memória o que temos enfrentado nos dias de hoje e que fiéis aos ensinamentos de Jesus e fiéis as Obras de são Vicente e Ozanam, possamos continuar nossos trabalhos juntos aos Pobres que mais sofrem nessa pandemia pela necessidade de alimento, seja conforto pela morte de seus entes queridos bem como as dificuldades apresentadas.

Samuel Godoy da silva

Diretor de Comunicação da SSVP

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