A cena da atriz Carolina Dieckmann raspando os cabelos na novela ‘Laços de Família’ (2000) causou comoção nacional. Os telespectadores se emocionaram assistindo à trama da Globo, em que Camila (personagem de Carolina) optou por ficar careca já que as madeixas não paravam de cair devido ao tratamento contra um câncer. Fora da ficção, diariamente, muitas mulheres vivem o mesmo drama.
O câncer, além de ter um tratamento longo e exaustivo, pode levar os pacientes à calvície quando são submetidos à Quimioterapia. As mulheres sofrem mais nessa etapa. Com a saúde debilitada, muitas das vezes fazendo tratamento longe da família e emocionalmente abaladas, ter cabelos não representa para elas um simples gesto de vaidade, mas um fator que melhora a autoestima para que tenham forças de lutar contra o câncer.
A consócia Beatriz Cristino Viana (23), da área do Conselho Metropolitano de Fortaleza (CE), também passou pela experiência de cortar o cabelo. Graças a Deus, não por estar doente e, sim, para ajudar mulheres em tratamento contra o câncer. Acostumada a prestar assistência material a famílias pobres por meio de cestas básicas, ela percebeu que doar o cabelo era o principal gesto de caridade que podia fazer por quem estava com a doença.
Voluntários, a exemplo de Beatriz, cortam os cabelos e doam para instituições que confeccionam perucas a portadoras de câncer de baixa renda. O gesto de doar os cabelos, em uma ação de caridade e amor ao próximo, vem se tonando comum entre as consócias. A coordenadora nacional de Conferências de Crianças e Adolescentes (CCA), consócia Andreza Bersi, aderiu à campanha e doou um pedaço do cabelo no ano passado. A satisfação de saber que ajudou alguém foi tanta que ela agora espera que as madeixas cresçam o mais rápido possível para poder doá-las novamente.
Na área do Conselho Metropolitano de São José do Rio Preto (SP), a consócia Yngrid Domingos de Freitas já não tem mais os 55 centímetros de cabelo dos quais tanto se orgulhava. Quando soube da campanha, também decidiu cortá-lo. “Na SSVP, aprendi a oferecer o que tenho de melhor às pessoas que mais precisam e menos têm. Sempre considerei meu cabelo a parte que mais chamava a atenção em mim; se ele ficava bonito em mim, imagine como ficaria bonito em uma pessoa com câncer? Por isso, decidi doá-lo”.
Questionada se estava se sentindo bem com o novo comprimento dos cabelos, Yngrid foi categórica na resposta. “Quando decidi cortar, em preocupei se eu iria gostar realmente. Depois do corte, me senti até mais jovem e satisfeita por contribuir com a felicidade de alguém que está passando por um momento difícil”.
A consócia Beatriz, do CM Fortaleza, compactua da mesma opinião. “Estou me sentindo muito bem, feliz, mais jovem e com o coração cheio de gratidão a Deus por essa ação que ele me permitiu fazer”.
A vicentina ainda estimula outras consócias que têm vontade de doar, no entanto, estão com medo do corte. “Além da nossa oração, precisamos ter ação. Por meio de nossas atitudes, podemos mudar o mundo e ajudar as pessoas que tanto precisam”.
Se você sentiu vontade de fazer a doação de cabelo, procure um centro de atendimento a pacientes com câncer mais próximo de sua casa. Os profissionais vão orientá-la sobre como doar.
Fonte: Redação do SSVPBrasil