Vicentinos relembram a primeira Via-sacra ao Morro do Cruzeiro

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Nesta imagem, vicentinos na segunda Via-sacra ao Morro do Cruzeiro. O primeiro da esq. p/ direita é o confrade Orlando. O último é o confrade Sebastian Gramajo, segundo vice-presidente-geral Adjunto Internacional da SSVP

Quem vê o tamanho da Via-sacra Vicentina ao Morro do Cruzeiro não imagina como ela começou. Se hoje a média de público é de cerca de 7 mil pessoas, no passado eram apenas quatro. A atividade, que integra a programação oficial da Romaria Nacional ao Santuário de Aparecida (SP), foi iniciada pelo confrade Orlando Gonçalves, pela consócia Neusa Gomes de Araújo e duas benfeitoras da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP): Mércia Moreira e Tânia Sena Passos.

O ano era 1999. Tânia tinha acabado de descobrir que o pai estava com um quadro grave de câncer. Decidiu ir a Aparecida com os vicentinos para encontrar conforto à dor que sentia. Ao lado das amigas Mércia e Neusa (que hoje é a atual segunda vice-presidente do Conselho Nacional do Brasil-CNB), elas conversavam, quando encontraram o confrade Orlando. Diante do sofrimento da benfeitora, o grupo decidiu se unir em orações e subir o Morro do Cruzeiro, fazendo a Via-sacra.

Eles rezaram Estação por Estação. Na décima segunda, que marca a morte de Jesus, os quatro ficaram muito emocionados, narra a consócia Neusa Gomes. Segundo ela, ao final, o grupo sentiu uma paz muito forte. Tânia, a benfeitora que rezava pelo pai, mostrava-se reconfortada.

Os vicentinos estavam tão emocionados com a experiência daquele dia que gostariam que mais pessoas também pudessem vivê-la. No ano seguinte, o convite para participar da Via-sacra Vicentina se estendeu à área do Conselho Metropolitano de Belo Horizonte, com o apoio da juventude da época.

A consócia Ada Ferreira (ex-presidente nacional da SSVP) era coordenadora nacional de Jovens e motivou a juventude a participar. “No início era tudo muito simples. Como não tinha som, a gente usava megafone”, relembra Neusa Gomes.

Ano a ano, o número de romeiros crescia até chegar no que se tornou hoje. “Todas as vezes que vou à Via Sacra, eu choro. É uma emoção muito forte saber que quatro pessoas se transformaram em uma multidão. É a certeza de que o bem se multiplica sempre, e isso vale até de lição para os nossos trabalhos dentro de Conferências que estão enfraquecidas ou com poucos membros”.

O pai de Tânia morreu um mês depois, mas ela estava muito mais fortalecida para viver o luto.

“Nada foi planejado”

O confrade Orlando Gonçalves, que é atualmente vice-presidente da SSVP para a Região I, enfatiza que a primeira Via-sacra não foi planejada. O grupo só queria acalentar o coração da amiga.

O grande número de adeptos que a peregrinação tem alcançado não é motivo de vaidade. “De forma alguma. O mais importante da Via Sacra é a união das pessoas e a reflexão que ela causa na nossa vocação vicentina”.

Juntos de novo

Orlando, Neusa, Mércia e Tânia estarão este ano juntos novamente. Ao lado dos demais vicentinos brasileiros, eles vão comemorar os 50 anos da Romaria Nacional e 20 anos da Via-sacra.

A Via-sacra Vicentina será no dia 4 de abril, a partir das 9h, no Morro do Cruzeiro.

 

Fonte: Redação do SSVPBRASIL

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