Reflita sobre o Dia de Todos os Santos

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A SSVP Brasil convidou o Padre Edson Friedrichsen, Coordenador da Família Vicentina Nacional e Assessor Espiritual dos Conselho Central e Metropolitano de Jundiaí/SP, para refletir sobre a data celebrada hoje. Confira!

Poderíamos chamar essa festa de celebração dos mártires se não houvesse a história de como Deus abriu a mente e coração da Igreja para o que significa santidade e martírio. 

Essa comemoração começa em Antioquia, no século IV, com a finalidade de celebrar a memória dos cristãos que morreram em vista do martírio, ou seja, de um testemunho levado até as últimas consequências.  

No início da Igreja era comum chamar os cristãos de santos e eles preferiam ser chamados assim. Depois, em Antioquia, é que foram chamados pela primeira vez de cristãos. No grego, santos, não têm o mesmo significado ou força que têm a palavra para nós hoje.

O significado da palavra naquele contexto é “consagrados a Deus”. Claro que para nós hoje todos os santos se consagraram a Deus de alguma forma, porém,  ser levado aos céus e serem reconhecidos pela Igreja como tal é outro processo de entendimento.  

Voltando ao surgimento da celebração, a data escolhida para a mesma era o primeiro domingo depois da festa de Pentecostes. Lembremos isso: no século IV, exatamente dois séculos depois que esta celebração chega à Igreja de Roma.  O Papa Bonifácio IV fixou a data de 13 de maio para essa celebração, 100 anos depois, e para chegar a data que celebramos hoje na Igreja, foi no ano de 835 que o Papa Gregório IV oficializou a festa no dia primeiro de novembro. 

A celebração traz para nós forças muito importantes. Primeiro que é preciso nos consagrar a Deus todos os dias e que cada um precisa viver a sua martiria, ou seja, testemunho. A santidade é consequência desta vida consagrada e deste testemunho que leva a pessoa e aquelas com que ela convive a se direcionar a santidade que nos é concedida por Deus. 

Cada  um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concílio Vaticano II: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48). “Com o fim de conseguir essa perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra, luminosamente, na história da Igreja pela vida de tantos santos” (LG 40).

Hoje, contemplamos a vida e a santidade de algumas pessoas que passaram pela história e pela da Igreja e esses são venerados nos altares ou estão em processo para que isso aconteça. Mas, ao celebrarmos a festa de Todos os Santos, agradecemos e, ao mesmo tempo, pedimos a intercessão daqueles que viveram sua santidade, estão juntos de Deus, porém, seus nomes não são lembrados ou não foram reconhecidos oficialmente, mas são de fato no coração de Deus Santos como os demais Santos. Todos os que deram suas vidas pela fé, pela Igreja, pela caridade, pelo serviço, enfim dando a vida para que outras pessoas pudessem ter mais vida.  

A finalidade principal da SSVP é a santificação de seus membros, pelo exercício da caridade para com seu irmão mais carente. Semanalmente, os vicentinos se reúnem nas Conferências. Nessas reuniões meditam o Evangelho, debatem e propõem solução para os problemas das famílias assistidas. 

Se levarmos em consideração como gostavam de ser chamados os primeiros cristãos, o vicentino, que é um cristão, precisa se consagrar a Deus no serviço aos Pobres. Deve ser um testemunho de amor e entrega e, como consequência e com a misericórdia de Deus, viver como santos e um dia na Glória de Deus poder receber o chamado dos Santos: “vinde benditos de meu Pai”

A festa de Todos os Santos é para nós a oportunidade, de nós convidados à santidade, de entrar em comunhão com todos os Santos que estão na Jerusalém Celeste. 

Refletimos mais um pouco: Quantas pessoas passaram por nossas vidas e que nós não temos nem noção ou nem acreditamos que atingiram a perfeição da Santidade. Aquele vizinho, nossos parentes, os confrades e consócias de nossas Conferências, os membros de nossa comunidade eclesial, aquelas pessoas empobrecidas que visitamos tantas vezes.  Quantas vezes perdemos a oportunidade de aprofundar nossa caminhada de santidade no melhor conviver com essas pessoas, praticando o amor, partilhando o perdão, vida nova na partilha de nossas histórias e experiências de Deus. 

Por isso, melhoremos esse caminho de santidade, vivamos o hoje com sede de sermos melhores para Deus e para o próximo, e assim poder celebrar dia primeiro na festa de Todos os Santos,  a alegria de fazer parte  da Igreja dos Santos. 

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