O último dia 21 de janeiro marcou o fim da Missão Vicentina Jovem Ouro Preto, onde 43 joven, do Brasil inteiro participaram de uma imersão no carisma vicentino através do chamado missionário. Segundo a consócia Renata Santos, membro do Departamento Missionário do Conselho Nacional do Brasil (CNB), 90% dos Conselhos Metropolitanos (CM) do país enviaram jovens representantes para participarem da iniciativa.
“A missão jovem brotou de um sonho! Sonho de encantar e ‘contaminar’ a juventude vicentina com a mística da missão realizada pelo Departamento Missionário. Desde então, foram incontáveis horas de preparação, reuniões, ligações, mensagens WhatsApp, e-mails, cartas e cards, pois queríamos tudo absolutamente perfeito para que os jovens pudessem se jogar de cabeça nesta experiência. E confesso que estou encantado e ainda ruminando tudo que vi, e vivi junto. Acredito ser algo unânime entre aqueles que se entregaram a esta missão que: ‘Não há palavras para descrever o que vivemos’, afinal, é praticamente impossível contar com perfeição, o quão transcendente é cada visita, cada oração, cada abraço, cada lágrima, cada momento de formação, cada coração tocado e transformado”, relata o Coordenador do Departamento Missionário do CNB, confrade David Alves Faria.
O coordenador comenta que o resultado da Missão foi imediata: “foram oito Conferências reativadas ou (re)fundadas durante a semana missionária. Centenas de visitas e encontros. Por isso, com o coração transbordando, saio dessa missão com três certezas gritando dentro de mim: a primeira é que quando nos colocamos dispostos ao serviço da missão, Deus faz coisas maravilhosas e inimagináveis primeiro em nós, e por consequência, na vida de daqueles que cruzam nossos caminhos; segundo é que a juventude de nossas bases é uma potência. Sua energia, quando bem canalizada, e com o espaço e incentivo necessários, cresce, movimenta e transforma inacreditavelmente; terceiro é olhar para os frutos da missão, perceber que ali naquelas terras cheias de morros, nossos Mestres e Senhores serão mais e melhor atendidos e, isto por si só, já é razão suficiente para fazer o coração de qualquer vicentino, que esteve ou não nesta missão, vibrar”, ressalta David.
Ao longo dos dias no interior de Minas Gerais, os jovens foram separados em grupos, onde havia um jovem nomeado líder e um responsável pela equipe, sendo um membro da Comissão Jovem ou do Departamento Missionário. Eles foram enviados para diferentes cidades da região de Ouro Preto, como Itabirito, Mariana, Furquim, Cachoeira do Brumado e outros municípios daquela região.
O Coordenador Nacional da Comissão de Jovens (CJ), Geyson Tôrres de Lima, viu a missão como uma oportunidade de mostrar a força da Juventude Vicentina no Brasil. “A missão jovem mostrou o espaço que os jovens ocupam dentro da Sociedade e o quanto são importantes. Nós, como pensadores para a missão, pensamos nela como um plano piloto para que ela seja muito replicada. Por isso convidamos jovens de todo o país, de todos os Conselhos Metropolitanos, para que todos levassem os aprendizados da missão para todos os cantinhos do Brasil”, conta o confrade.
Geyson, assim como os demais organizadores da Missão Vicentina Jovem Ouro Preto, estão felizes com o resultado da iniciativa. Eles já observam os frutos gerados durante a semana de imersão. “O espaço que eles tiveram de trabalho, a criatividade, o olhar impeto. Foi curioso ver isso acontecer. Jovem recrutando jovem, observar a linguagem deles, a maneira como eles recrutavam outros jovens. Conseguimos, de fato, alcançar os objetivos da missão, acender o carisma vicentino e despertar o chamado da missão em cada um deles”, relata Renata Santos.
Assista mais sobre a missão:
JOVENS MISSIONÁRIOS
43 jovens, do Brasil inteiro, tiveram a oportunidade de experienciar a metodologia do Departamento Missionário utilizado pelo CNB durante as missões e contar para a SSVP Brasil como foi fazer parte dessa experiência.
O mais novo Coordenador da Comissão de Jovens do Conselho Metropolitano de Fortaleza/CE e membro do Decom do CM, Marcilei Sales da Silva, partiu para uma das viagens mais incríveis da sua vida, segundo suas palavras. O confrade, com seu grupo, foram enviados para Amarantina, zona rural de Ouro Preto/MG, para colocar em prática a Missão.
Marcilei conta, com carinho, sobre suas experiência ao lado dos companheiros de missão e das boas memórias que criou ao longo das semanas que vagava no interior de Minas Gerais. “Me senti em casa, pois o padroeiro da comunidade é São Gonçalo do Amarante, o mesmo padroeiro da minha terra natal, São Gonçalo/Meruoca (CE). Conhecemos outras dezenas de pessoas, muito acolhedoras, sempre com um sorriso no rosto para nos acolher. Os vicentinos e moradores da comunidade são pessoas que ficarão em minha memória”, relembra o jovem vicentino.
Entre as diversas experiências, Marcilei elenca algumas das suas vivências em Amarantina: “Lembrarei com carinho de Dona Marina Matos, 94 anos, deficiente visual, com um lindo sorriso que nos abraçou e abençoou. Dona Manoela Corraide, que nem estava na lista para nossa visita, mas nos abordou no portão de sua casa, na descida do ‘beco’, e nos convidou para entrar, onde fomos cantando ‘Deus está aqui’, o que levou ela e nós às lágrimas. A dona Sebastiana Fernandes, de 95 anos, da Igreja Quadrangular, que ensinou a música do varão, que nos acompanhou durante todos os dias da missão. Dona Maria Vieira da Silva e sua mãe, Maria das Dores, a ‘dondoca’, de 90 anos e ‘oito meses’, que estava na roça capinando e falou: ‘que vergonha docês’; posteriormente, já em casa, cantou o hino de São Gonçalo. O senhor Geraldo Pedrosa, lá dos Riachos, que me deu algumas sementes de feijão que eu não conhecia antes. E o tutu da dona Anita Rodrigues, lá dos Coelhos, que comida boa. Quase que a gente não chegava à casa do seu Virgilato Rodrigues, o Tinho, e Dona Geralda Araújo, a Nenega. O queijo e o café da dona Nenega estavam maravilhosos. Lá no Maracujá, conheci dona Edna das Graças e seu Manoel Virgílio, que fizeram questão de nos levar até sua roça para nos mostrar e nos presentear com uma ‘cabaça’, que descobri ser comestível. A dona Odete Gomes, de 90 anos, que pediu nossa foto para rezar por nós, e seu esposo, Anastácio Ribeiro, de 93 anos, com uma lucidez imensa.”, relembra o jovem Coordenador da CJ do CM de Fortaleza.
E essas foram apenas algumas das experiências vividas pelo jovem, que, ao final da semana, confirmou “o quanto é bom servir”. A consócia Janaina Gomes, representante do CM Recife-Olinda/PE, também viveu fortes emoções. “Foram os dias mais intensos que já vivi na minha vida. Pude entender que a minha melhor versão está na minha identidade dentro da SSVP.”, comenta a jovem.
Os jovens afirmaram que a Missão Vicentina Jovem Ouro Preto foi a oportunidade deles explorarem uma nova realidade e conhecerem novas culturas. A consócia Ana Flávia, do CM de Maringá/PR, expandiu seus horizontes com essa experiência. “Percebi que o toque alimenta a alma, e a gente foi feito para ser tocado. Nesses dias eu senti a paz que achei não ser possível sentir, senti a presença viva de quem não esta mais comigo. Se me perguntarem hoje como eu acho que seria o céu, eu diria que conteria a risada do Sr. Idemir, a mansidão do Sr. Raimundo, a disposição do Sr. Natalino, o cuidado da Dona Rita, o humor do Padre Armando, a pureza da Maria, a educação do Samuel, a humildade do Sr. Zé Dimas, a beleza da Lorena, a alegria da Sandra, a comida mineira e o abraço de cada um de Amarantina”, conta Ana Flávia.
Todos vão levar boas lembranças e conhecimentos dessa semana de imersão no carisma vicentino. O confrade Isaac Nilton, do CM de João Pessoa/PB, por exemplo, afirma que a cidade de Ouro Preto/MG, vai deixar marcas eternas nele. “Costumo dizer que toda vez que saio de um local, levo comigo um pedaço junto ao meu coração. Os costumes, a fé, as tradições, o acolhimento são coisas que ficarão sempre comigo”, afirma Isaac.
Segundo o confrade, a comunidade vicentina mineira tem algo especial, que o fez se sentir como parte da família. “Toda casa visitada ou comunidade em que entrei fui acolhido com sorrisos estridentes, com abraços fervorosos e com um amor tão grande que conseguiu ressoar no meu coração”, comenta o confrade.
Além da relação com os vicentinos e com o povo mineiro, o confrade Isaías de Oliveira Júnior, do CM de São Carlos/SP, cita algumas das diversas atividades realizadas durante a semana da missão, que foram essenciais para criar intimidade entre os jovens e com o povo de Minas. “Visitamos espaços vicentinos, igrejas, casas, comunidades, famílias, amigos de missão, a nós mesmos e a Deus. Mas antes de tudo, fomos todos visitados pelo Espírito Santo! Foi um grande retiro espiritual, feito entre as ladeiras e as estradas percorridas, de corpo, alma e coração. Em cada caminho ou destino, pudemos ser curados, e pudemos curar também”, conta o jovem.
Isaías também estende seu agradecimento aos envolvidos na missão. “Muito obrigado a todos e a cada um, que sonhou, planejou, realizou e dão sequência à missão vicentina, no seu chão, na sua terra”, fala o confrade.
E cada palavra de agradecimento não é o suficiente para demonstrar a emoção desses jovens que participaram da missão. “Palavras não conseguem descrever o que estávamos sentindo nessa missão, o quanto foi surreal ter vindo para em Itabirito, lugar de gente boa, de coração acolhedor, de abraços verdadeiros e sorrisos únicos”, comenta o confrade Ronaldo Jeronimo Moraes, do CM de Maceió/AL. O jovem também agradece aos companheiros de missão, aos organizadores e ao Presidente do CNB, confrade Marcio José da Silva, por acreditar que os vicentinos podem mudar a realidade dos Pobres.
Mas além do relato dos “forasteiros”, os jovens do CM de Ouro Preto/MG também se emocionaram com os resultados obtidos durante a missão. “Não esperava que fosse tão transformadora para mim. Para mim, que sou da cidade, foi um momento de reavivamento, de conhecer pessoas que não tinha contato, mas também de sentir uma nova esperança, de reerguer nossos trabalhos”, conta a consócia Jaqueline Gomes, do CM de Ouro Preto.
A alegria de ver o reavivamento, com um misto de receio por pisar em terras distante da casa, foi um sentimento presente em muitos dos jovens missionários. “Chegamos receosos, acanhados, sem saber muito bem o que iria acontecer, como deveríamos nos portar. Foram dias intensos, de muito trabalho e muita alegria. Pudemos sentir o carisma vicentino transbordando do nosso coração e invadindo as casas, Conferências, igrejas e, principalmente, os confrades e consócias que nos acolherem tão bem”, conta a Andressa Juliana Boldrin, representando da Comissão de Jovens do CM de Jundiaí/SP.
A consocia afirma que saiu da missão com um amor maior pela SSVP e pela família vicentina que formou em Mariana/MG. O mesmo sentimento foi reforçado pelo confrade Tullio Henrique Alves Queiroz Silva, Coordenador da Juventude para a Região 6, CM de Fortaleza/CE, que viu a experiência como o maior presente de aniversário que recebeu, em suas palavras. “A experiência vivida neste período de missão foi algo que não consigo traduzir em palavras. Sinto como se Deus tivesse me visitado para que eu pudesse visitar tantos outros confrades e consócias”, conta Tullio.
A consócia do CM de Anápolis/GO, Aline da Silva Barroso, conta que se sentiu mais fortalecida ao ver jovens do Brasil inteiro se reunirem em Ouro Preto para fazer o trabalho missionário: “Fomos mostrar a alegria da juventude, nas cantorias que fazíamos pelas ruas, nos ‘bom dia, boa tarde, boa noite’, e nas várias visitas. Descobri que o principal de nossa ação era ser uma mensagem de amor e esperança. Fomos para encontrar pessoas e nos encontramos nelas. Fomos para ouvir e voltamos cheios de histórias. Fomos para reanimar e voltamos mais fortes. Foi uma experiência tão indescritível, que me faltam palavras para descrever como foi maravilhoso. Só posso dizer que já estou pronta para a próxima missão”, se anima a jovem ansiosa para uma próxima missão.
Por fim, o confrade Jonathan Osvald Silva, da Comissão Nacional de Jovens para a Região 3, do CM de Maringá/PR, se emociona ao relembrar dos momentos vivenciados nas cidades visitadas durante a Missão Vicentina Jovem Ouro Preto. “Foi um sonho que sonhamos em parceria com o Departamento Missionário e, desde a pré-missão, o confrade Jhota, junto com as consócias Mirlene e Renata, já viam os jovens pelas ruas dessas cidades animando e acendendo a chama vicentina nos corações daqueles confrades e consócias que tanto aguardavam nossa chegada”, relembra o jovem.
O confrade reflete, após o fim da missão, o que foi o misto de sentimentos experienciados durante os dias no interior de Minas Gerais e agradece a todos que fizeram parte desse momento, que disseram “sim” ao chamado e mostrou o quanto a Juventude Vicentina é forte no Brasil.
“Agradeço a cada jovem que deixou seus compromissos, sua família, seus amigos para vivenciar esta missão conosco. Que vocês possam transmitir um pouco dessa emoção, desse carisma, dessa alegria de ser vicentino que vivenciamos em Ouro Preto no seu Conselho Metropolitano, Conselho Central e Particular. Obrigado, Deus, por essa experiência histórica na SSVP. E agradeço ao Conselho Nacional do Brasil, através do nosso Presidente, Márcio, da Comissão Nacional de Jovens e do Departamento Missionário, que não mediram esforços para recepcionar e acolher esta Juventude amada. Por fim, vocês são incríveis!”, finaliza Jonathan.