Luísas: elas carregam o nome de uma das principais santas vicentinas

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Luísa Fonseca tem 4 anos e participa da Conferência São Francisco de Assis, em Arcos (MG)

Santa Luísa de Marillac nasceu em 1591, na França. Cerca de 400 anos depois, nascia no Pará também uma Luiza de Marillac. Elas não são parentes, mas além de terem o mesmo nome, carregam no coração o Carisma Vicentino. Santa Luísa teve papel importante na história da caridade, ao ajudar São Vicente de Paulo a organizar os trabalhos em favor dos Pobres. Já a Luiza paraense também atua em favor dos ‘Prediletos de Deus’, servindo-Os por meio da Conferência São Pedro e São Paulo.

Neste dia de Santa Luísa, celebrado hoje (9), o site SSVPBRASIL conta a história de duas vicentinas que foram batizadas com o mesmo nome da santa francesa. É uma singela e bonita homenagem dada pelos pais que também participam da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP).

 

“O fato de possuir um nome tão importante para a Igreja, e para a SSVP mais especificamente, faz-me refletir ainda mais sobre meu papel e minha responsabilidade diante da situação de pobreza e desigualdade no mundo”

 

Luíza de Marillac é vicentina no Pará

A Luiza de Marillac do Pará é bacharela em Relações Internacionais. Tanto ela quanto a irmã têm o mesmo nome. A escolha veio da devoção a Santa Luísa dos pais: dona Conceição e senhor Parente.

O irmão do senhor Parente tinha o sonho de ter uma filha com este nome, no entanto, morreu antes de realizá-lo. Por isso, como forma de homenageá-lo e homenagear a santa, as crianças foram batizadas de Luizas.

Segundo a bacharela em Relações Internacionais, quando as pessoas descobrem o nome dela, ficam curiosas pela origem. Por vez, Luiza de Marillac aproveita para explicar quem foi Santa Luísa, já que para ela é motivo de muito orgulho o nome dado pelos pais.  “Ela representa um ideal de prática de caridade que deveria ser seguido por todos os cristãos. E não apenas de caridade, vale constar. Santa Luísa também é um grande exemplo de paciência e fé, visto que muitos foram os percalços encontrados em sua vida para que sua vocação pudesse finalmente ser vivida e cumprida”.

 

“Temos um encanto por Santa Luísa que ultrapassa a questão da fé. Para nós, ela está presente no dia a dia, por meio dos ensinamentos de luta, coragem e gratidão a Deus”

 

Em Arcos (MG), há 4 anos, nascia Luísa Chicri Fonseca. Ela é filha dos vicentinos Ricardo Fonseca e Ylmara Cunha Chicri. Em uma viagem a Paris, o casal visitou a Igreja da Medalha Milagrosa, onde está o corpo de Santa Luísa. Diante dela, os dois rezaram e rogaram a intercessão da santa pelos planos de terem filhos.

De volta ao Brasil, no ano seguinte, Ylmara engravidou. O parto aconteceu no dia 31 de março de 2015, mês que anteriormente era comemorado o dia da santa. Então, o casal não teve dúvidas sobre qual nome escolher para a criança.

O pai consegue observar características de Santa Luísa que estão presentes na pequena Luísa. “Ela tem personalidade forte desde os primeiros meses, mas sem perder a doçura e sensibilidade. Sempre frequentou a Conferência, antes mesmo de completar um ano de idade. Hoje percebemos ainda que ela desperta um espírito de liderança surpreendente pela idade, é desapegada, além de gostar muito de rezar”, descreve Ricardo.

 

Santa Luísa de Marillac

 

Santa Luísa foi beatificada pelo Papa Bento XV, em 9 de maio de 1920. Foi canonizada pelo Papa Pio Xl, no dia 11 de março de 1934; e declarada patrona das Obras Sociais em 1960, pelo Papa bem-aventurado João XXIII.

Luísa transformou a vida consagrada feminina e o serviço dos mais necessitados na França no século XVII. E no meio de todas essas transformações, encontramos o testemunho desta mulher que amou profundamente os Pobres. Mulher que foi para a margem, lugar dos esquecidos e abandonados. Mas para isso, percebeu imediatamente a necessidade de agrupar em comunidade moças da zona rural que estavam formando, a pedido de São Vicente, para trabalharem com as Senhoras da Caridade no serviço dos pobres doentes em seus domicílios. Num mesmo impulso, fundou as Filhas da Caridade e construiu uma ponte sobre o abismo que separava os ricos e poderosos dos camponeses e dos Pobres, e que  separava os homens das mulheres. Com São Vicente de Paulo e as primeiras Filhas da Caridade, criou uma vasta rede de caridade que não excluía ninguém. Só um coração humano como o de Luísa era capaz de afirmar: “Sede muito afáveis e bondosas com vossos pobres.” (C.322, p.365).

Jamais podemos pensar o Carisma Vicentino sem Luísa de Marillac. Mesmo São Vicente possuindo uma visão muito ampla das necessidades dos Pobres, Santa Luísa tinha capacidade da organização, atenção aos pormenores, audácia e criatividade para transformar aquela visão em realidade. Basta considerar, no século VII, a obra das crianças abandonados pelas ruas ou nas portas das igrejas e a obra do Asilo do Santo Nome de Jesus para pessoas idosas, para reconhecermos a verdade desta afirmação.

Luísa foi fundamental para dar carne e osso às ideias de Vicente de Paulo. Mesmo porque ela jamais buscou aparecer na frente de nada, como ela mesmo nos diz: “Ao nascer em pobreza e abandono dos homens, Nosso Senhor ensina-me a pureza de seu amor (…) Disso aprenderei a manter-me oculta em Deus, com o desejo de servi-lo sem buscar, para coisa alguma, o testemunho dos homens e a satisfação de sua comunicação, contentando-me com que Deus veja o que quero ser para ele: para tal finalidade, quer que me entregue a ele, a fim de realizar em mim esta disposição: assim o tenho feito, por sua graça” (Padre Alexandre Nahass Franco, Congregação da Missão-CM).

 

Fonte: Redação do SSVPBRASIL

 

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