O Respeito e a Memória dos Falecidos: Um Legado da SSVP

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No Dia de Finados, a SSVP Brasil lembra e celebra seus falecidos com um profundo respeito e união. Essa prática, presente em todas as reuniões da instituição, reforça o compromisso dos vicentinos de honrar a memória aos membros que dedicaram suas vidas ao serviço dos mais necessitados. Jean de Morais Araújo, 2º vice-presidente do Conselho Nacional do Brasil (CNB), nos explica a importância deste ato para a SSVP, que carrega essa tradição desde os primeiros tempos de sua fundação, em 1833.

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Segundo Jean, as orações pelos falecidos fazem parte das práticas vicentinas não apenas como um ritual religioso, mas como uma forma de manter viva a ligação afetiva com aqueles que compartilharam a missão de servir aos pobres. “Essa prática existe para nos lembrarmos constantemente daqueles que já partiram, nossos Confrades e Consócias, como uma homenagem e também uma expressão de gratidão por sua dedicação,” afirma.

Desde a primeira Regra, ou “Manual da SSVP”, publicada em 1835, a oração pelos falecidos era um gesto de união e fraternidade, valorizado pela própria essência da Sociedade. Esse Manual, conhecido como “Capa Preta”, reunia diretrizes sobre o funcionamento das Conferências e suas ações, incluindo a presença nas despedidas dos socorridos, algo que simboliza, segundo Jean, a proximidade e o respeito aos pobres que a SSVP sempre buscou cultivar.

A tradição não se limita apenas aos assistidos; a SSVP também reserva um espaço de honra para os seus próprios membros. No texto das “Notas Explicativas” do Manual, há um lembrete para que todos os confrades e consócias vivam a verdadeira fraternidade cristã, “uma amizade mais forte do que a morte”, ressaltando a importância de cuidar uns dos outros. “Nosso objetivo é chorar com os que choram e alegrar-nos com os que se alegram, uma união que vai além da vida”, pontua Jean.

Ao longo dos anos, embora alguns costumes tenham se transformado, a prática de rezar pelos falecidos permanece. Jean destaca que hoje, a “Missa das Cinco Intenções” inclui uma oração especial por todos os membros falecidos da SSVP. Essa continuidade é uma prova do compromisso da instituição com a memória de seus membros, algo que não apenas fortalece a fé, mas também inspira as novas gerações a seguirem o exemplo dos que já partiram.

Rezar pelos falecidos, segundo Jean, é mais do que uma simples tradição; é um ato de devoção e respeito que se conecta com as origens do Cristianismo, como uma prática enraizada desde o século II. Para ele, cada oração é uma oportunidade de honrar as contribuições e legados de homens e mulheres que, um dia, fizeram da caridade e do cuidado com o próximo à essência de suas vidas.

Assim, a SSVP renova seu compromisso com o espírito cristão e a valorização da memória de seus membros, garantindo que aqueles que dedicaram suas vidas ao serviço nunca sejam esquecidos. Em cada reunião e em cada oração, a sociedade se mantém fiel ao seu propósito inicial, lembrando que “das profundezas, clamei”, palavras do Salmo 130, traduzem não só o respeito, mas o amor e a esperança na vida eterna para os que se foram.

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