Na última sexta-feira, 9, o Lar Vicentino de Alfenas/MG foi palco de uma emocionante competição: as Olimpíadas dos Idosos. Inspirada nas Olimpíadas de 2024, a “competição” reuniu os moradores do lar em uma série de atividades recreativas que transformaram o dia em um evento de alegria, superação e confraternização.
A iniciativa, que nasceu há três anos, foi uma forma criativa de trazer mais dinamismo e animação ao dia a dia dos idosos do lar. De acordo com Flávia Corrêa, administradora do Lar Vicentino de Alfenas, a ideia de realizar as Olimpíadas surgiu por sugestão de um fisioterapeuta recém-chegado à instituição. “Ele é apaixonado por esportes e sugeriu que fizéssemos a Olimpíada. Inicialmente, ficamos um pouco receosos, mas a proposta foi um sucesso. Tanto que repetimos a dose agora”, conta Flávia.
As Olimpíadas dos Idosos enfrentaram um intervalo atípico de três anos entre uma edição e outra, devido à pandemia de Covid-19. Porém, o evento retornou com força total, proporcionando aos idosos a oportunidade de participar de uma experiência única e enriquecedora. Flávia destaca que, embora no início alguns idosos mostrem resistência, a participação cresce conforme as atividades acontecem. “No decorrer das Olimpíadas, todos queriam participar. No início eles são bem resistentes, mas na hora que você vê, está todo mundo participando”, explica.
Organizar um evento dessa magnitude para idosos requer uma série de desafios, principalmente no que diz respeito à motivação. “O principal é ter uma motivação. Consigo motivar os funcionários, e junto com eles, conseguimos motivar os idosos. No início, eles podem hesitar, mas ao final, todos estão envolvidos e se divertindo”, afirma a administradora.
O impacto positivo das Olimpíadas é evidente. Cada atividade realizada resgata a autoconfiança dos idosos e lhes dá a oportunidade de reviver momentos do passado, muitas vezes relacionados aos esportes. Flávia relembra, emocionada, a reação dos participantes durante o evento: “Cada chute era comemorado tanto pelo idoso que chutava quanto pelos funcionários e outros idosos que estavam assistindo. É um resgate da autoconfiança. Eles se sentem capazes e importantes.”
O momento mais marcante da competição foi a cerimônia de abertura, onde um dos idosos, com toda a dificuldade, carregou a tocha olímpica. “Quando ele entrou com a tocha, uma mão segurando a bengala e a outra a tocha, foi uma superação fantástica. Ele se sentiu importante, estava carregando uma tocha. Isso é muito gostoso”, relata Flávia.
Além de ser um evento de recreação, as Olimpíadas dos Idosos também têm um profundo impacto emocional tanto nos participantes quanto nos organizadores. Flávia, ao deixar de lado a função de administradora e se permitir vivenciar o momento como uma espectadora, descreve a experiência como algo transformador. “Eu fiquei em êxtase. Coloquei toda a minha energia possível e até impossível. Vibrei na mesma intensidade que eles. Quando começou a tocar o hino de São Vicente, já comecei a chorar de emoção. Foi uma experiência incrível”, conclui.
As Olimpíadas dos Idosos do Lar Vicentino de Alfenas mostram que, independentemente da idade, todos têm o direito e a capacidade de superar desafios e vivenciar momentos de felicidade e celebração. Inspirados pelos jogos de Paris 2024, os idosos do lar provaram que a verdadeira chama olímpica é a que aquece os corações.
