Dia Mundial dos Pobres: momento de refletir!

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Hoje é o Dia Mundial dos Pobres! Uma data que não deve ser comemorada, em hipótese alguma, mas sim refletida!

O Papa Franciso, para este VI Dia Mundial dos Pobres nos faz um convite muito assertivo, tomado do apóstolo Paulo: “manter o olhar fixo em Jesus, que, ‘sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza’ (2 Cor 8, 9)”.

O Santo Papa ainda nos traz uma colocação, que mais parece um recado aos vicentinos do mundo todo, tendo em vista a situação de desânimo e de dificuldades que a Caridade tem encontrado nos dias atuais, principalmente no pós-pandemia: “Os povos que acolhem têm cada vez mais dificuldade em dar continuidade à ajuda; as famílias e as comunidades começam a sentir o peso duma situação que vai além da emergência. Este é o momento de não ceder, mas de renovar a motivação inicial. O que começamos precisa de ser levado a cabo com a mesma responsabilidade.”

Pois bem, vamos refletir sobre o Dia dos Pobres, nossos Mestres e Senhores e razão do sonho de Frederico Ozanam e os fundadores da SSVP? O que essa data significa para nós e para o trabalho da nossa amada Sociedade? Convidamos as Vice-presidentes do Conselho Nacional do Brasil para ajudar nessa reflexão.

Foi pelo Pobre e para o Pobre que a SSVP foi fundada. Para ir ao encontro deles. “O Pobre é para os vicentinos a imagem do próprio Deus – e aqui uma curiosidade – é por isso que escrevemos Pobre com letra maiúscula. E se é por eles e para eles que a Sociedade existe, temos que ir mais a fundo na discussão do que fazermos para a erradicação da pobreza – seja ela no sentido que for – financeiro, moral, educacional, de fé, entre tantas outras”, avalia a 1ª Vice-presidente do Conselho Nacional do Brasil, Elisabete Maria Castro, a Bete.

Voltando à nossa fundação, a Vice-presidente para a Região 2, Maria Margarete Santos, a Margo, nos traz à lembrança o ideal de Ozanam. “Juntamente com seus amigos, Ozanam encontra no amor e serviço aos Pobres a forma de amar e servir a Deus. O amor ao Pobre na visão de Ozanam é a maneira de sermos fiéis a Cristo. O amor ao Pobre é uma forma de saída de nossa individualidade. Ouvir o clamor dos Pobres é um convite para um novo estilo de vida e para um novo tempo. Nossos fundadores fizeram opção pela prática das boas obras. Não encontraram outro caminho para buscar a santificação. Precisamos, assim como eles, sermos perseverantes em nossa caminhada, através de nossa obra e de nosso serviço aos Pobres”.

Fabiana Aparecida Goulart Gonçalves de Oliveira, Vice-presidente para a Região 3, completa: “Para Frederico Ozanam o Pobre é o nosso exercício de santificação e é através Deles que nós fazemos melhor, é servindo a Eles que estamos cumprindo o que nos pede o Evangelho”.

A Vice-presidente para a Região 4, Luciana Moreira, é taxativa ao dizer que “precisamos, hoje, de muito mais Ozanans dispostos a renunciar o egoísmo, o orgulho, a arrogância, a vaidade, a preguiça e ainda amar a Deus e ao próximo, na figura do Pobre. “O Pobre na visão de Ozanam é a essência da fé, é motivo de contemplação, de adoração ao próprio Cristo, que ele tanto amava. Ele não conseguia ver o rosto de Cristo, a não ser no olhar do Pobre. Mas Ozanam foi muito além de contemplar e servir ao Pobre. Ele se importou com os Pobres, Os AMOU, buscou identificar a origem dos males que levam o Pobre à miséria e lutou para colocar em prática os princípios da dignidade humana, da justiça social. E é isso que buscamos fazer e temos que seguir fazendo”, avalia.

Mas quais são os nossos maiores desafios, enquanto vicentinos, para enfrentar a pobreza? Essa é uma discussão ampla, vivida dia a dia na Conferência.

A Vice-presidente para a Região 1, Vânia Peres de Souza Cruz, nos lembra da função maior: “Tornar o Pobre protagonista de sua história”. E para que isso ocorra, a xará Vânia de Fátima Garcia Siebert, Vice para a Região 5, destaca que as dificuldades enfrentadas nos dias de hoje: Material humano. Pessoas verdadeiramente compromissadas para o trabalho. E é aí que entra o Carisma Vicentino.

A Vice para Região 6, Paula Lima, faz coro, mas não desanima: “Dentro do contexto socioeconômico do nosso país, os maiores desafios para enfrentar a pobreza se dá na maioria das vezes por falta de mão de obra humana para se dedicar ao projeto. Hoje a SSVP faz um trabalho social importantíssimo, ainda assim precisamos fortalecer e formar para melhor servir. E assim vamos seguir.”

E como seguir? Como melhor servir? A Vice Bete destaca que para isso é preciso, sim, ir aonde o Pobre estiver. “Seja na casa, nos asilos, nas ruas. Muito mais do que entregar o alimento, que normalmente é a primeira necessidade de uma família, é preciso saber ver e ouvir. É preciso conhecer nossos assistidos nas visitas. Entender os potenciais de cada um e ajudar na promoção. Para isso existem os Projetos Sociais, existem os trabalhos das Conferências e Conselhos. É como diz o ditado: ‘não basta dar o peixe. É preciso ensinar a pescar’. Nós não queremos e nem podemos querer que nossos assistidos dependam da nossa ação para levar alimento, roupas e dignidade a sua família. Queremos e trabalhamos para que, pelo próprio esforço e pelo seu caminhar, eles consigam se reerguer. Somos apenas os instrumentos para que isso ocorra”, finaliza.

Então, neste Dia Mundial dos Pobres, finalizamos com a última consideração do Papa Francisco em seu documento sobre a data: “Oxalá este VI Dia Mundial dos Pobres se torne uma oportunidade de graça, para fazermos um exame de consciência pessoal e comunitário, interrogando-nos se a pobreza de Jesus Cristo é a nossa fiel companheira de vida.”

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