Confrade Cristian faz balanço do seu mandato e deixa mensagem de Gratidão à Família Vicentina

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No início de setembro de 2017 começava a trajetória do presidente confrade Cristian Reis da Luz no comando do CNB. Ele e sua diretoria assumiam uma função que sabiam ser desafiadora, mas que se tornou ainda mais, quando em 2020 o mundo se viu atingido por um desconhecido vírus, trazendo uma pandemia mundial e mudando toda a rotina e modo de viver a vida que conhecíamos. O mandato, que deveria ter terminado em setembro deste ano, foi prorrogado até janeiro de 2022. Olhando para trás, o confrade faz um balanço desses anos, do trabalho, das vivências e tem como palavra de ordem “gratidão”.

Foram quatro anos de trabalho intenso e de definição de prioridades. “Fizemos um planejamento estratégico envolvendo todos os departamentos e membros da diretoria. Realizamos pela primeira vez encontros por segmentos das nossas obras: educação, fúnebre, saúde. Os projetos sociais continuaram sendo as meninas dos olhos do CNB, pois acreditamos que a promoção dos nossos assistidos passa na maioria das vezes pelos projetos sociais”, conta.

Foram tantas ações e conquistas, que o presidente segue enumerando algumas: “Como uma proposta de 2017, realizamos a mudança do regulamento da SSVP no Brasil e agora aguardamos a aprovação final do CGI. Realizamos o primeiro encontro de secretárias e secretários. Estava programado o encontro de tesoureiros, mas pela pandemia não foi possível realizar.”

Mas não é possível falar deste mandato sem falar da pandemia. Ela chegou no mundo e em nosso país de maneira avassaladora, mudando conceitos, afastando pessoas, gerando medo. E o que seria do trabalho vicentino, tão baseado no contato com as pessoas, diante do imposto e necessário distanciamento social? A SSVP Brasil teve que se reinventar. O CNB teve que se reinventar. Os confrades e consócias tiveram que se reinventar. Cada um no seu campo de atuação, em sua cidade…

“Os lares de idosos receberam muitas orientações e ajudas principalmente nos tempos de pandemia. Os nossos olhos voltaram para esse segmento devido ao grupo de risco. Os valores de ajuda para nossas obras (lares de idosos) foi milionário. Lançamos a campanha Rede de Caridade para arrecadar fundos para os lares com o tema: Cuidar de quem cuidou de nós”, lembra o confrade Cristian.

A reinvenção não foi fácil, nem aconteceu de um dia para o outro. Nunca a ajuda emergencial foi tão necessária. Ao passo que o número de necessitados aumentava, a dificuldade de conseguir arrecadar e fazer a ajuda chegar também crescia, pois as doações diminuíram, a entrega ficava mais difícil devido ao isolamento social. Como levar a palavra, o alimento da alma?

Olha lá os vicentinos chegando com tudo no mundo virtual. Mas como sabemos, nem todos os lugares do nosso país tem Internet de qualidade disponível e alguns confrades e consócias tiveram que, com apoio do CNB procurar novas alternativas. Cada um à sua maneira, com suas necessidades, mas sempre pensando em levar o alimento do corpo e da alma a seus assistidos. “Os departamentos que tinham muitos planos realizaram vários e tiveram que reinventar nos tempos de pandemia. As ajudas emergenciais, quando catástrofes acontecem, tiveram sempre um olhar atento por nós para atendermos as necessidades mais urgentes. Fizemos parceria com o CGI e pudemos realizar um atendimento maior aos irmãos Venezuelanos, que residem em Roraima. E também o banho solidário na área do CM de Juiz de Fora”, explica o presidente, enumerando algumas ações realizadas durante o mandato e a pandemia.

Tempos difíceis para todos. Não só financeiramente, mas emocionalmente. Quem não se abalou durante essa pandemia? E lá estava o CNB vigilante e atento às necessidades não só dos assistidos, mas também dos seus colaboradores, confrades e consócias. “Pela situação psíquica, lançamos o Rede de Afeto, que com psicólogos voluntários vicentinos atenderam muitas pessoas, entre vicentinos, funcionários e membros das famílias assistidas. Também tivemos um olhar para os Conselhos Metropolitanos que mais precisavam e fizemos projeto de ajuda fraterna para eles”, conta.

Ouvir as palavras do confrade Cristian agora no finalzinho do seu trabalho é ver o testemunho de uma história com o final feliz. E que tem tudo para seguir seus próximos capítulos com ainda mais êxito.

“Foram quatro anos e alguns meses gratificantes. Um diálogo com os Metropolitanos peculiar, com as bases muito concretas. Gostaríamos de ter feito muito, muito mais, mas algumas coisas fomos impedidos. Mas também não fechamos os olhos para a nossa realidade, principalmente das nossas obras, que passaram por dificuldades. Saio leve e digo que estar presidente não é difícil. Talvez se não tivesse uma diretoria tão bacana, os presidentes de Metropolitanos tão empenhados, poderia ser difícil. Mas ter pessoas ao lado que compreendem a dimensão de ser Sociedade de São Vicente de Paulo, que visitam os Pobres, que participam das suas Conferências semanalmente, é muito gratificante. Tivemos uma diretoria muito coesa e em sintonia para servir ao CNB e a todos os vicentinos brasileiros. Não tenho dúvida que uma marca está sendo deixada, não para nos vangloriar, mas a gente entra para história nesse compromisso de ter escutado, ter avançado em vários pontos que precisávamos avançar.

Sinto com muita alegria que o caminho percorrido me fortaleceu. Independente do cargo em que você esteja, jamais deve-se abandonar a base, a Conferência e visitar os Pobres, porque isso te dá força e coragem para seguir firme e perseverante nessa caminhada.

É impressionante a amizade conquistada ao longo desse período com os membros da diretoria. Não conhecia todos, mas a gente conhece e se torna um amigo mesmo, que nos fortalece. Fui e tenho ido a alguns locais, que os vicentinos dizem que estavam orando por mim, pela minha diretoria. Isso dá uma força tão grande, que as pessoas não imaginam. Eu me lembro de um dia, 12 de março, que eu tinha acabado de receber a notícia do falecimento da minha avó e ninguém sabia. Em cinco segundos recebi uma mensagem tão bonita e eu senti tanta força para seguir. Foi muita emoção ter recebido aquela mensagem naquele momento. Então, as orações dos vicentinos são manifestação de carinho, nos abraçam e nos fazem seguir com passos firmes. Quatro anos não são quatro dias, mas é uma caminhada que vale a pena.

O trem partiu, está chegando ao destino final, mas terá um caminho muito bacana com o confrade Márcio. Desejo a todos os vicentinos brasileiros que possam continuar comprometidos, que se perceberem algum vicentino desanimado, que possam resgatá-lo, porque muito mais do que as Conferências vivas e atuantes, os Pobres precisam e clamam por justiça e nós podemos ser canais da graça de Deus na vida deles. Quem ganha sempre somos nós por estar ao lado dos Pobres. De ver a situação deles e a que estamos, nós saímos muito mais comprometidos com a causa, com o amor de Deus para com o outro e sou muito muito grato ao que vivi no Conselho Nacional do Brasil.

A gratidão transborda. Peço que continuem em orações. Estarei saindo da presidência, mas peço que continuem orando por mim e pela minha família. Como disse São Vicente de Paulo: ‘Quando nós cuidamos das coisas de Deus, Ele cuida das nossas’. Então, neste sentido, o que tenho dizer é gratidão. Consegui concluir meu mestrado, vi minha filha que nasceu 20 dias depois da posse, crescer. Eu não tenho nenhum arrependimento. Se fosse para dar um sim novamente, de me colocar à disposição novamente à SSVP e ao CNB eu me colocaria, por amor à causa, por amor aos Pobres.”

Ao confrade Cristian e a sua diretoria, os agradecimentos da Família Vicentina pelo carinho e dedicação que cuidaram do CNB e da SSVP Brasil, dos Pobres e da nossa família nos últimos quatro anos e quase quatro meses. Ao novo maquinista que chega, confrade Márcio, e sua nova diretora as boas vindas e a certeza de que teremos um caminho lindo. Nossas orações estão com todos, aos que deixam o CNB e aos que chegam. LSNSJC!

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