”Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos.”

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Semana de 11 de Setembro (referência: leituras do Domingo 17 de Setembro)

24º Domingo  do Tempo Comum – Leituras: Rm 14,7-9; Mt 18,21-35

“Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos.”

Reflexão vicentina

O centro do conteúdo da Carta de São Paulo aos Romanos desta semana é que a nossa vida pertence unicamente a Deus. “Se estamos vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos.  Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor” (vers. 8).

O que significa pertencer ao Senhor?  Evidentemente, pelo Batismo, passamos a ser filhos de Deus e, portanto, irmãos de Cristo.  Se Cristo pertence tanto ao Pai que doou a sua vida na Cruz por nós, então, pertencer ao Senhor, significa que devemos fazer o mesmo a cada dia, carregando nossa cruz nas pequenas coisas que fazemos.  Nós não dominamos (ainda) a decisão sobre nosso nascimento, nem sobre a nossa morte; portanto, nosso nascimento ou nossa morte não pertencem a nós.  Se é assim, porque será que é tão difícil fazer com que nossa vida pertença a Deus?

No Evangelho de São Mateus, Jesus nos dá uma ideia sobre esta dificuldade.

Em um primeiro momento, o rei mostra que não era apegado às coisas.  Na realidade, a riqueza para ele era somente um meio para fazer bem aos outros.  “O Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados.   Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.  Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida.  O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: `Dá-me um prazo e eu te pagarei tudo’.  Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida” (vers. 23-27).

Quantas vezes nos colocamos na posição do devedor e, apesar de nossos pecados e de nossa falta de fé, no “momento de aperto”, nos ajoelhamos aos pés de Deus e suplicamos a Sua misericórdia?  Esperamos receber de Deus um milagre e Deus corresponde com muito mais do que pedimos: Ele não só nos dá mais prazo (como pedimos), mas nos perdoa a dívida!

Depois o devedor decepciona o rei, porque já não precisa dele, e mostra que sua riqueza pertence a ele e não ao rei (a quem devia): trata um devedor seu como um inimigo.  “Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: `Paga o que me deves’.   O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: `Dá-me um prazo e eu te pagarei’.  Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia” (vers. 28-30).  Na realidade, tanto o que o primeiro devedor tinha, quanto o segundo, pertencia ao rei, porque foi o rei quem emprestou primeiro.  Mas parece que eles se esquecem disso.

Como hoje, para os judeus do Antigo Testamento, uma dívida era uma relação muito séria.  Tanto assim, que, para a sua purificação, na ocasião do jubileu, por exemplo, eles costumavam perdoar dívidas.

Será que levamos a sério a necessidade de perdoar as dívidas (as ofensas, as traições e as más ações) dos nossos irmãos, antes de pedir a Deus que perdoe as nossas próprias dívidas e nos escute em nossas necessidades?  Quando rezamos no Pai-Nosso “perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, estamos falando sério?

Somente a graça de Deus pode nos fazer semelhantes a Ele para fazer com que a nossa vida, tudo o que temos, pertença a Ele e não a nós.  Somente a graça de Deus pode nos fazer desapegar de nossos bens e coloca-los ao serviço dos outros!  Rezemos, portanto, para que Deus nos dê continuamente esta graça.

 Fonte: CGI
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