Relatos da epidemia da gripe espanhola nos EUA incentivaram Conferências nacionais durante a epidemia de 1918

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A pandemia do novo coronavírus já vitimou quase 5 milhões de pessoas ao redor do mundo, de acordo com os dados apresentados no mapa mundial desenvolvido pela universidade americana Johns Hopkins. Tal cenário remete aos tempos difíceis que os vicentinos passaram durante a grande epidemia de 1918, conhecida como a gripe espanhola.

Na terceira parte da retrospectiva aos Boletins Brasileiros acerca do tratamento da doença, a SSVP analisou as publicações a respeito da ‘Epidemia de gripe em Boston e em Philadelphia’, que informou aos confrades e consócias brasileiras o que os vicentinos americanos estavam enfrentando, no sentido de encorajar os conselhos locais a continuarem no trabalho. A dedicação demonstrada pelas associações americanas, combinada com a ação dos agentes públicos das cidades, foi fundamental para o resultado positivo do combate à epidemia nas localidades. 

No boletim publicado em março de 1919, a SSVP pontuou diversas obras implantadas nas cidades afetadas, como forma de incentivar os brasileiros a seguir pelo mesmo caminho. Entre os relatos, o documento revela que “importa notar que uma Conferência não podendo conseguir a admissão de doentes em um hospital, por faltarem-lhe leitos, comprou a mobília necessária e dela fez doação a esse estabelecimento”.

Devido à gravidade da situação e à quantidade de famílias que precisam de ajuda, os confrades voluntários estabeleceram diversos centros de acolhimento, com auxílio de irmãs de várias comunidades religiosas. Nessas concentrações eram preparados alimentos, que eram distribuídos entre os pacientes. Os casos eram contabilizados pelos padres, enfermeiras, freiras e policiais que frequentavam esses espaços. 

Mesmo com as limitações daquela época, o Conselho Particular se encarregou de toda a parte administrativa, fazendo com que todas as necessidades dos centros pudessem ser atendidas. “Os alimentos eram geralmente preparados pelas irmãs”, conta o Boletim Brasileiro de 1919. A publicação segue “até nos locais onde as autoridades públicas haviam estabelecido cantinas que só distribuem alimentos em horas determinadas, fez-se ainda apelo ao devotamento das irmãs, para garantir tais distribuições a toda hora”.

Na Filadélfia, a pedido do Arcebispo, os vicentinos ofereceram os mais diversos serviços aos pastores e paróquias da cidade, garantindo eficiência dos cuidados prestados aos doentes. A organização forneceu roupas, alimentos e socorro médico aos necessitados. As Conferências se reuniam diariamente para lidar com os casos de urgências e os confrades a frente dos centros estavam sempre a disposição do acolhidos e das autoridades públicas para ajudar no que fosse necessaŕio.

Segundo o Boletim Brasileiro de março de 1919, “Monsenhor Dougherty, Arcebispo de Philadelphia, em uma carta das mais elogiosas, dirigida ao presidente do conselho particular, agradeceu as Conferências o concurso que prestaram, assegurando-as do seu profundo reconhecimento”.

Os relatos divulgados no Boletim Brasileiro foram fundamentais para o trabalho dos conselhos brasileiros, incentivando os confrades e consócias na busca por acolhimento das pessoas que recorriam aos vicentinos no momento de vulnerabilidade.


Para entender mais sobre a pandemia de 1918, que assolou o mundo, a SSVP preparou uma série de publicações com reflexões sobre o ocorrido, que remetem aos problemas atuais que a sociedade vive diante do avanço do Covid-19. As primeiras publicações podem ser encontradas aqui:

Parte 1: “A pandemia de 1918 e a SSVP: como nosso trabalho foi essencial nesse período”
Parte 2: “Carta do soberano pontífice aos Membros da SSVP no ano de 1920 pós-guerra e pandemia”

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