O bairro Bom Retiro em São Paulo é conhecido pelo comércio de roupas. Dentre as ladeiras e ruelas que formam a região, no meio de lojas e consumidores ávidos por compras, há uma triste vertente do capitalismo: centenas de moradores de rua, imigrantes vivendo em condições precárias em cortiços e prédios abandonados e usuários de drogas perambulando sem direção. É neste local que as Irmãs Vicentinas Servas dos Pobres de Gysegem – Ramo da Família Vicentina – encontram formas de ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade social. Elas mantêm no Bom Retiro dois projetos sociais, que são o Centro de Convivência São Vicente de Paulo e o Centro Promocional Dino Bueno.
O Centro de Convivência é um espaço que oferece a moradores de rua banho, um local para que possam lavar roupa e guardar pertences, fazer a barba e refeições. Também disponibiliza curso de informática, música e artesanato. São atendidas, em média, 650 pessoas durante o dia. À noite, elas retornam para a rua.
Já o Centro Promocional oferece educação gratuita para 320 crianças, na maioria filhas de estrangeiros que vieram em busca de emprego no Brasil, principalmente colombianos.
Os projetos são administrados pela Irmã Rosina Azevedo, uma religiosa de 91 anos (confira entrevista com ela na edição maio/junho da revista Boletim Brasileiro). Eles são mantidos pela Província Sudeste das Irmãs Vicentinas Servas dos Pobres de Gysegem. A responsável pela Província é a Irmã Carmeluce Gomes Bizinoto, de 54 anos.
Para a Irmã Carmeluce, toda a sociedade precisa ter um olhar de misericórdia para essas pessoas que sofrem nas ruas dos grandes centros urbanos. “Muitos que estão na rua perderam o sentido da vida, muitas das vezes por causa do desemprego, por não terem como pagar o aluguel ou mesmo pela situação da droga. Começam no álcool e terminam nas drogas mais ilícitas. As pessoas não entendem toda esta situação e os julgam como vagabundos”. Conclama: “eu pediria que, ao menos, as pessoas pensassem no ser humano que está ali. Independente se está ou não preso pela droga. O resgate pela vida deve ser feito e é de responsabilidade nossa, de todo cristão, buscar que essas pessoas possam sair desta situação. Que elas tenham direito a uma vida digna, de filhas de Deus. Deus não quer o sofrimento para ninguém”.
Segundo a religiosa, devido à proximidade com a ‘Cracolândia’ (região famosa por tráfico e uso de entorpecentes paulistana), muitos usuários chegam até o Centro Vicentino em busca de comida. “Eles se assemelham a zumbis; desnorteados e destituídos da imagem humana pelo uso excessivo de drogas. Mas precisamos amá-los e lutar para que lutem pela vida”.
Carmeluce conta que as Congregação se esforça para ajudá-los, mas que muito pouco pode fazer, devido à limitação de recursos, funcionários e colaboradores.
Ela ainda complementa que a sociedade é parceira do projeto e sempre ajuda dentro da demanda, no entanto, hoje, o que é mais necessário é o envolvimento de voluntários.
Se você se sentiu motivado (a) e quer colaborar, entre em contato com as Irmãs pelo telefone (11) 5908-5000.
Fonte: Redação do SSVPBRASIL