A sede do Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo (CNB/SSVP), no Rio de Janeiro (RJ), recebe neste fim de semana lideranças vicentinas de todas as regiões para o encontro nacional do Departamento de Normatização e Orientação (Denor). São mais de 70 confrades e consócias, representando 34 dos 35 Conselhos Metropolitanos do país, em busca de formação para o êxito no serviço prestado aos Pobres, por meio da parte administrativa e burocrática da instituição.
O encontro acontece 65 anos após o Departamento começar a se organizar. Em 1953, ele foi iniciado como Departamento Central de Obras Unidas. Eram unidades mais simples que, com o passar dos anos, foram se fortalecendo e estruturando. Até que, no ano de 2007, foi criado o Departamento de Normatização e Orientação. Hoje, ele existe em âmbito nacional, em nível de Conselhos Metropolitanos e até Centrais.
Funciona como uma Unidade reguladora e fiscalizadora dentro da SSVP, zelando pelo patrimônio, a ética e seriedade das atividades, principalmente dentro das Obras Unidas, a exemplo de creches e asilos.
Ao reunir as lideranças vicentinas nacionais, o confrade Márcio José (coordenador nacional do Denor) e equipe desejam promover formação e trocas de experiências. “Espero que estejam com os corações abertos para receber as nossas informações e afirmo que também estamos também abertos para receber as informações de vocês”, disse Márcio, referindo-se ao público presente.
O clima de acolhida provocou no confrade Eudir Santos, membro da equipe do Denor do Conselho Metropolitano de Belém (PA), um sentimento de pertença a um grupo que se dedica integralmente à causa da caridade. “Percebi que não somos iguais a uma família; nós somos é uma família de verdade, unida pelo ideal de servir os Pobres. Estou aprendendo muito e quero colocar todos os ensinamentos a serviço do CM Belém, para que sejamos cada vez mais efetivos na função de assistir a quem precisa”.
HUMANIZAÇÃO DO SERVIÇO
Como os membros do Denor lidam muito com a parte administrativa/burocrática, em formação na manhã deste sábado, o padre Mizael Poggioli (Congregação da Missão-CM) pediu que eles nunca percam a sensibilidade quanto ao correto trato com os indivíduos. “Se quisermos continuar com o espírito da SSVP, as Obras Unidas ou qualquer outra Unidade Vicentina precisam ser a expressão da caridade que se manifesta do contato de pessoa para pessoa”.
Comentou ainda sobre o que ele chamou de ‘caridade tóxica’, ou seja, uma caridade que não promove, não dignifica a vida dos Pobres e, até os negligencia os direitos. “Quando aceitamos em nossos asilos idosos que podem ser cuidados pelas famílias, estamos cometendo um pecado mortal. A família é responsável por eles e precisa ser instruída a cuidá-los e amá-los”.
CONDUTA COMPATÍVEL COM OS VALORES DA SSVP
A primeira atividade do dia foi um momento de oração na capela do Menino Deus, que fica anexa à sede do CNB. Enquanto rezavam, os vicentinos eram convidados a refletir sobre oito exemplos de conduta compatível com os valores da SSVP:
- Reconhecer honestamente os erros cometidos e comunicar imediatamente ao seu superior hierárquico;
- Questionar as orientações contrárias aos princípios e valores da SSVP;
- Apresentar críticas construtivas e sugestões, visando aprimorar a qualidade do trabalho de assistência prestada pela SSVP;
- Manter-se pontual com todas suas obrigações perante à SSVP;
- Participar das reuniões (ordinárias e extraordinárias), praticar a visita ao Pobre e do trabalho das Unidades Vicentinas;
- Guardar estrita obediência a todas as diretrizes da Regra, Instruções Normativas, Resoluções, Portarias, Ordem de Serviços e orientações oriundas do Conselho Nacional do Brasil da SSVP
- Acolher a todas as decisões emanadas das Unidades Vicentinas
- Zelar pela unidade e fraternidade no seio da SSVP
Os momentos de espiritualidade são ministrados pelo padre Alexandre Nahass Franco (Congregação da Missão), assessor Espiritual do CNB.
Ainda na parte da manhã, houve um painel com exposições sobre as atribuições de um coordenador do Denor. Dentre os aspectos destacados, os confrades Nelson Júnior e Márcio José – ambos da coordenação nacional do Denor – explicam que o principal papel de um coordenador é o de ser o guardião da Regra e demais documentos vicentinos, zelando para que eles sejam cumpridos de forma efetiva.
Fonte: Redação do SSVPBRASIL