O Carnaval teve um significado diferente para o Conselho Nacional do Brasil. O Presidente Márcio José da Silva, o Coordenador da Ecafo, César Custódio da Silva e o Coordenador do Denor, Sandro Roberto Poleto, tiraram os cincos dias para visitar vítimas das enchentes em 13 cidades atingidas em Minas Gerais e na Bahia. Representantes do CNB também estiveram depois em Petrópolis/RJ. O objetivo das missões: ver de perto como as doações vicentinas estão ajudando e conhecer novas demandas.
No roteiro, as cidades mineiras Pocrane, Governador Valadares, Carlos Chagas, Salinas, Nova Lima, Raposos, Sabará e Santa Luzia, além de Medeiros Neto, Itamaraju, Itabuna Teixeira de Freitas e Itambé, na Bahia. Foram 3.020 km de estrada. “Muitas dessas cidades receberam ajuda imediata, mas, como as próprias famílias afetadas nos disseram, agora estão esquecidas. E é exatamente aí que entra o trabalho da SSVP, na reconstrução de casas, Obras Unidas e no amparo material e espiritual”, conta o confrade César, que é o coordenador da comissão criada para o trabalho de ajuda.
A ajuda da SSVP está sendo essencial para essas pessoas. “Em todos os lugares confirmamos o quanto à SSVP é respeitada, tanto para quem doa quanto para quem recebe. Os vicentinos locais estão atendendo às vítimas, independentemente de serem assistidas. Onde não tem SSVP, como Itambé, deixamos nosso contato com o padre e o Conselho Central de Vitória da Conquista irá ajudar”, conta César.
A capacidade de ajudar também foi constatada. “Você percebe nas vítimas das enchentes a solidariedade com o próximo, a força. Ninguém amaldiçoou Deus. Todos agradeceram por saírem vivos e têm a consciência de que o bem material será reconstruído”, diz César.
E para que essa reconstrução aconteça de maneira ordenada, o CNB continua recebendo as doações pela Rede de Caridade, por meio de boleto bancário ou cartão de crédito. Além da conta no Banco do Brasil exclusiva para as doações (BB: Agência: 1251-3 – Conta: 103024-8 – variação: 96) e do PIX: 21 9 8463 2746.
A viagem foi emocionante. “Estar com as pessoas nessa situação é desolador. Muitos contaram que tiveram que deixar tudo para trás para não perderem a vida. Uma senhora muito humilde em Nova Lima, depois de perder tudo, disse ‘Tudo bem, meu filho, graças a Deus estou viva’”, lembra o confrade Sandro.
O Presidente afirma que a ajuda vai continuar e que o CNB está recebendo projetos de cada local atingido. “Mas antes disso, fruto dessa nossa viagem, vamos reconstruir e ampliar a casa de uma senhora em Itabuna, que perdeu tudo e tem uma filha com paralisia cerebral e outra com deficiência física. Elas tiveram a casa humilde invadida pelas águas e mesmo assim nos receberam com sorriso e uma xícara de café. Esse é o verdadeiro exemplo do Cristo vivo. Ainda vamos encaminhar R$ 20 mil para reformas no Lar de Salinas e R$ 6 mil para o distrito de Figueiras, em Caratinga, além de 200 cestas básicas para Itabuna. Nós fomos ajudar e saímos dessa viagem renovados.”
Uma comitiva do CNB ainda foi à Petrópolis, em 6 de março, para ver no que é preciso ajudar. “Chegamos com muita dificuldade. A cidade precisa muito de ajuda, porque o número de vítimas é alto e provavelmente elas não poderão retornar às suas casas”, conta Sandro, que integrou o grupo.
De dezembro até o começo de março, foram doados R$ 621.059,43. “Já enviamos 1.450 kits de limpeza, 1.310 toalhas de banho, 1370 lençóis, 100 botijões de gás e muito material de construção. Foram comprados 2.400 colchões, sendo 420 para Petrópolis, milhares de litros de água mineral, roupas, brinquedos e cestas básicas. Além da ajuda em dinheiro, no caso de reconstruções e reformas. As doações continuam e de forma organizada, o CNB vai repassá-las e prestar contas”, finaliza Márcio.