Sem trabalho, comida e dinheiro, o destino de muitos refugiados venezuelanos que chegam a Boa Vista (Roraima) é pedir dinheiro nas ruas. A falta de oportunidades é ainda maior para aqueles que possuem alguma necessidade especial. Um grupo de 10 deficientes auditivos estava em situação precária na cidade: com fome, sem abrigo e sem esperança. Até que o caminho deles se cruzou com os membros da Conferência Bom Pastor. Os vicentinos prontamente os ajudaram, oferecendo a eles um meio de ganhar dinheiro sem precisar pedir.
O projeto começou há poucas semanas. É simples, mas já tem garantindo uma fonte de renda aos venezuelanos. Os confrades e as consócias compraram uma caixa de isopor, água e estão produzindo voluntariamente ‘dindim’ (também conhecido como geladinho, chup-chup, sacolé e juju). Os venezuelanos saem pelas ruas vendendo os produtos. Toda a renda é deles.
A consócia Nadimara Cabuia Serrão (33) é uma das envolvidas no projeto, que custou cerca de R$1 mil. O dinheiro foi doado pelo Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP/SSVP). “Eles são todos trabalhadores. Vieram para o Brasil fugindo da fome e repressão do Governo venezuelano. Só querem uma oportunidade e nós precisamos ajudá-los. São seres humanos que precisam e merecem dignidade”, defende Nadimara.
Nadimara está confiante que a iniciativa dará resultados. “Nós vamos acompanha-los até que o negócio seja sustentável e eles consigam se promover”.
Como os atendidos ainda estão em situação de rua, são as próprias vicentinas que produzem o ‘dindim’.
Em meio a uma cidade que já recebeu mais de 40 mil migrantes, e vive em estado de emergência social, o trabalho vicentino de Boa Vista é a esperança da promoção para ao menos um pequeno grupo de pessoas vítimas da imigração forçada.
Fonte: Redação do SSVPBRASIL