Congregação da Missão comemora 400 anos

0
732

Hoje, dia 17 de abril, a Congregação da Missão, fundada por São Vicente, comemora seus 400 anos. Quatro décadas de dedicação aos Pobres. Muitas são as festividades no Brasil e no mundo, mas antes de chegarmos às celebrações é preciso entender o passado. 

Para São Vicente, o início da Congregação foi o sermão proferido em Folleville em 25 de janeiro de 1617. Na época, ele tinha 36/37 anos, era tutor dos filhos de Philippe Emmanuel de Gondi e diretor espiritual de sua esposa, Françoise Marguerite de Silly. Em 1617, em companhia da Sra. De Gondi, em visita às suas terras, São Vicente chegou à aldeia de Folleville, onde a família tinha um castelo. Nesta ocasião, ele foi chamado pela família de um homem doente na aldeia de Gannes, perto de Folleville, e ali descobriu a triste situação moral e espiritual do pobre povo do campo na França. Iluminado por Deus e encorajado por Françoise, ele fez um sermão na igreja de Folleville sobre a necessidade da confissão geral. Era o dia 25 de janeiro de 1617 e sua pregação teve um grande efeito de modo que todos os habitantes da aldeia quiseram se confessar. Foi necessário pedir aos padres jesuítas de Amiens que viessem em socorro. Naquele dia, o São Vicente teve a inspiração divina que determinou sua vida e o início da Congregação da Missão. 

Outro fato que influenciou a vocação de São Vicente e, consequentemente, o futuro da Congregação da Missão. Ele deixou a casa de Monsieur de Gondi e foi para a aldeia de Châtillon-les-Dombes, onde Deus lhe mostrou a miséria material do povo pobre do campo. Se, em Folleville, Deus lhe mostrou a miséria espiritual dos camponeses, em Châtillon Ele lhe mostrou a face humana da miséria. Em resposta a esse desafio, ele fundou a primeira Confraria da Caridade, hoje, Associação Internacional de Caridade. 

Entre os anos de 1618 e 1625, São Vicente retornou à casa do Sr. De Gondi, pregou várias missões nos domínios de seus patrões. A Sra. De Gondi queria tornar permanentes as missões em suas terras e sonhava com uma fundação destinada a pregar missões periodicamente em suas propriedades. Para esse fim, destinou uma soma de 16 mil libras. Seu projeto foi apresentado pela primeira vez aos jesuítas e oratorianos, que o rejeitaram. Finalmente, ela propôs ao capelão, São Vicente, a fundação de uma comunidade de padres para pregar missões em suas terras. Vicente demorou para se decidir e foi convencido por seu confessor, André Duval.

Em 17 de abril de 1625, era, então, assinado o contrato entre Felipe-Manuel de Gondy, sua esposa Francisca Margarita de Silly e São Vicente para a fundação de uma Companhia de Missionários. Nascia ali a Congregação da Missão, com objetivo de evangelizar as pessoas pobres dos campos, especialmente nas propriedades da família De Gondi.

Os missionários foram se espalhando pelo mundo e a Congregação da Missão chegou ao Brasil com a vinda de missionários portugueses em 1819 e posteriormente franceses (a partir de 1850), que se estabeleceram em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. O trabalho destes missionários deu origem à Província Brasileira da Congregação da Missão. Em 1903, missionários poloneses chegaram ao Sul do Brasil, gerando a Província Sul. Missionários holandeses estabeleceram-se no Norte/Nordeste do país, onde foi criada a Província de Fortaleza. Hoje a Congregação da Missão está presente no país através destas três províncias. 

O jubileu 

O jubileu do 4º Centenário tem como lema “revestir-nos do Espírito do Senhor Jesus” e oportuniza poder reavivar a chama da missão e da caridade. Por ocasião do 400o aniversário da fundação da Congregação, a Santa Sé concedeu a Indulgência Plenária, sujeita às condições habituais, (Confissão Sacramental, Comunhão Eucarística e oração pela intenção do Sumo Pontífice) aos missionários vicentinos, aos membros da Família Vicentina e a todos os fiéis deste 17 de abril de 2024 até 17 de abril de 2026. 

Para marcar a data no Brasil, os vicentinos se uniram à Congregação da Missão durante a 53ª Romaria Nacional dos Vicentinos a Aparecida, com a participação dos padres em várias atividades do maior evento vicentino do mundo, incluindo o “Simpósio sobre a espiritualidade, formação e ação vicentina e sua relação com os leigos no mundo hoje”, participação efetiva na Via Sacra e uma Missa celebrada na Basílica pelo Bispo de Caraguatatuba, Dom José Carlos Chacorowski, e outros padres da CM.  

O Padre Simão Valenga, CM, Visitador da Congregação da Missão Província do Sul, destaca que a Família Vicentina, por ocasião dos 400o anos da CM, volta-se à experiência pessoal do “fogo do amor” que ardia no coração do Filho de Deus encarnado que levou São Vicente de Paulo a identificar-se com os Pobres e os marginalizados. “As celebrações do jubileu ajudam-nos a refletir sobre o legado de espiritualidade, zelo apostólico e cuidado pastoral que São Vicente de Paulo deixou à Igreja toda. Para os diversos Ramos, tendo São Vicente, seja como Fundador, seja como Patrono, esse aniversário significativo, nas palavras do Papa Francisco ‘seja uma ocasião de grande alegria e de renovada fidelidade’”. 

Comente pelo Facebook

LEAVE A REPLY