A revista Boletim Brasileiro da Sociedade de São Vicente de Paulo, edição janeiro/fevereiro de 2017, traz, nas páginas 8 e 9, mensagem sobre o biênio temático, com o título:
“Tema de trabalho dos vicentinos para 2017 e 2018 propõe união pela erradicação da pobreza”
Na página 8, podemos conferir:
“De Norte a Sul do país, todas as Unidades Vicentinas vão trabalhar em 2017 e 2018 influenciadas pelo tema ‘Contra as pobrezas, agir juntos’. Este é o biênio temático adotado pelo Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo (CNB/SSVP)”.
Ainda:
A expectativa é de que ele seja amplamente divulgado no meio vicentino, em Leituras Espirituais feitas nas reuniões de Conferências e Conselhos, em artigos e matérias publicados no site SSVPBRASIL, revista Boletim Brasileiro e outros veículos de comunicação da SSVP”. (grifo nosso)
Na página 9, o padre Alexandre Nahass Franco, da Congregação da Missão-CM, assessor Espiritual do CNB, nos diz que “as leituras espirituais são um “combustível” verdadeiro para sustentar a missão vicentina” (grifo nosso).
Para comprovar quantos maravilhosos ensinamentos recebemos pelos meios de comunicação da SSVP, reproduzo um dos artigos do livro “Contra as pobrezas, agir juntos”. Mesmo que todos já tenham lido e refletido sobre essa mensagem, penso que vale a pena ler, refletir e meditar mais uma vez.
Do livro “Contra as pobrezas, agir juntos”, escrito pelo padre Mizael Donizetti Poggioli, da Congregação da Missão-CM, páginas 123-124:
“Deus protetor e
Defensor dos Pobres”
Vicente de Paulo, ao explicar o relato do Juízo Final, lembrava: “Vinde, benditos do meu Pai: possuí o Reino que foi preparado para vós, porque tive fome e me destes de comer; estava nu e me vestistes; doente e preso, e me socorrestes”. Fazer isto é evangelizar por palavras e por obras; e foi também o que nosso Senhor praticou e o que devem fazer aqueles que o seguem aqui na terra. Eis o motivo de devermos preferir esta função a todas as funções e empregos do mundo, e nos considerar, sinceramente, as mais felizes das pessoas” (111).
Em todos os cantos do mundo, em relação à vida, os Pobres são os mais vulneráveis. Por vezes, têm a vida ameaçada, quando não negada totalmente. O Deus revelado pelas Sagradas Escrituras é o Deus que coloca toda a sua atenção para esse grupo de pessoas. Deus não assiste indiferente à dor e ao sofrimento de seus filhos marginalizados e escravizados. Seu principal objetivo é salvar a vida onde ela está sendo ameaçada, tirar a pessoa da escravidão e dar-lhe vida plena.
Na Bíblia, a valorização da vida possui um caráter globalizante quando se trata de ver a pessoa humana tal qual ela é. Vai muito além das teorias do mundo moderno sobre o sentido da vida e de sua destinação. Vai além, por exemplo, das diretrizes apontadas e defendidas pela democracia moderna. Esta, em primeiro lugar, reforça mais os direitos e os valores dos cidadãos, não levando em conta se é rico ou pobre, se de classe média ou baixa, se é endinheirado ou não.
A tradição bíblico-cristã vai mais além porque defende os aspectos primários da vida, tais como a alimentação, vestuário, a liberdade, a estabilidade social…. Defende a vida onde existe maior vulnerabilidade, ou seja, a vida dos Pobres. A diferença consiste nisso: “Deus se coloca do lado dos Pobres, do lado dos que sofrem, do lado daqueles que a vida está terminantemente sendo ameaçada. Deus sente compaixão pelo Pobre, pelo pequeno, pela vítima, porque sua vida, no corpo e na alma, na sua sobrevivência e na sua dignidade está ameaçada ou negada” (112).
Na Bíblia, “Deus se revela a um povo Pobre e oprimido nos níveis básicos da vida e da dignidade humana e quer libertar esse povo. A razão da revelação de Deus e de sua vontade de libertação é o sofrimento desse povo”(113). Para os cristãos, a dignidade humana tem seu fundamento principal pelo fato de que o ser humano foi criado à “imagem de Deus” (Gn 1, 26).
O Salmo 68,6 define a Deus como sendo “Pai dos órfãos e defensor das viúvas”. “Deus é o protetor do órfão e do Pobre; faz justiça contra aquele que o oprime e se aproveita de sua fragilidade”(114). Deus defende a pessoa que está sendo descartada, que não tem lugar, que é desprezada e humilhada. Faz enfrentamento aos opressores e violadores da vida. É o agente contra toda sorte de injustiça.
O Sínodo dos Bispos Sobre a Justiça no Mundo fala que, no Antigo Testamento, Deus se revela como o libertador dos oprimidos e o defensor dos Pobres, que exige dos homens a fé n’Ele e a justiça para com o próximo. Somente na observância dos deveres da justiça se reconhece Deus, verdadeiramente, como o libertador dos oprimidos” (115) .
PARA PARTILHAR:
- Acreditamos e agimos conforme os ensinamentos de Deus, protetor e defensor dos Pobres?
A n o t a ç õ e s n o r o d a p é:
(111): SVP, Coste, Volume XII, 80-87.Cf.: Liturgia das horas, 60-61.
(112): SOBRINO, Jon. Onde está Deus?. Editora Sinodal, São Leopoldo – Rio Grande do Sul, 2007, Pág. 122.
(113): Idem, Pág. 121
(114): DUPONT, J. Les Béatitudes, Paris:J. Gabalda, 1969, Vol. II, P. 73.
(115): Sínodo dos Bispos, A Justiça no Mundo, 1971.
{{ Transcrito do livro “Contra as pobrezas, agir juntos”, do Padre Mizael Donizetti Poggioli, páginas 123 e 124 }}
Caríssimos confrades e consócias, que Deus nos ajude para que possamos seguir, com muito entusiasmo, fé e esperança os conselhos e as orientações recebidas do Conselho Nacional do Brasil da SSVP. Reflitamos, mais uma vez sobre o início da Mensagem (pág. 8 do “Boletim”, acima citado):
“A expectativa é de que ele [o biênio temático] seja amplamente divulgado no meio vicentino, em Leituras Espirituais feitas nas reuniões de Conferências e Conselhos, em artigos e matérias publicados no site SSVPBRASIL, revista Boletim Brasileiro e outros veículos de comunicação da SSVP”.
Este artigo foi enviado à equipe de redação pelo confrade Rafael José Barros Pinto, da área do Conselho Metropolitano de Formiga (MG)
Se você gosta de escrever, faça como ele. Encaminhe seu artigo para [email protected]