Terminou hoje (15) o Simpósio Internacional da Família Vicentina, em Roma (Itália). A última atividade foi a Santa Missa, na Basílica de São Paulo Extramuros, celebrada pelo padre Tomaž Mavrič. Ele é o Superior Geral da Congregação da Missão, ordem fundada por São Vicente de Paulo, por isso, Mavrič é considerado o 25º sucessor do santo.
Os vicentinos lotaram o interior da Basílica, onde participaram da celebração que contou com a presença do coração de Vicente de Paulo. No local também está enterrado o corpo de São Paulo.
Na homilia, padre Tomaž Mavrič comparou o ‘Carisma Vicentino’ a uma semente que foi plantada, deu frutos e precisa agora de cuidados para se manter por muitos outros séculos. “A semente de mostarda plantada pela Divina Providência, por Jesus, no coração de São Vicente de Paulo em 1617, converteu-se numa árvore que ultrapassa dois milhões de membros em 150 países. Pelo ponto de vista humano, isso não poderia acontecer, mas tem sido realizado pelo Plano de Deus”. Justifica. “É a obra de Deus, o agir de Jesus em colaboração com pessoas que escutaram a voz de Jesus e O seguiram para fazer crescer esta semente de mostarda. Do ponto de vista de Jesus nada é impossível, e hoje, testemunhamos este milagre”.
O padre lazarista comentou ainda que o trabalho junto aos vulneráveis sociais foi para Vicente de Paulo uma importante descoberta de vida. “Vicente descobriu Jesus nos Pobres e os Pobres em Jesus”.
Passado e futuro
O Simpósio marca as comemorações pelos 400 anos do Carisma Vicentino. Em 1617, Vicente de Paulo reuniu um grupo de mulheres ricas para assistirem famílias pobres na Europa. Foi a primeira expressão da organização da caridade, por isso, escolheu-se esta data para a celebração do Carisma.
Depois das ‘Damas da Caridade’, primeiro Ramo da Família Vicentina, muitos outros foram criados por Vicente ou inspirados nele, a exemplo da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP). Segundo o Superior Geral, esta história passada deve ser muito comemorada, no entanto, ela não pode ser motivo de estagnação. “Se nos limitarmos somente a seguir simplesmente com nossos pensamentos sore o passado, regozijando-nos com as conquistas da Família Vicentina ao longo desses 400 anos, e não nos preocuparmos em regar, podar ou fertilizar, a árvore lentamente começará a morrer. No entanto, por meio da irrigação, poda e fertilização da árvore, ou seja, ao participar efetivamente e envolver-nos hoje, como membros da Família Vicentina, esta árvore, com a graça de Deus, pode crescer mais ainda em profundidade, altura e espessura, estendendo seus ramos a povos, cidades e países, nos lugares onde ainda não está presente”.
Globalização da caridade
Ele ainda conclamou, por meio da célere frase de Vicente – ‘o amor é inventivo ao infinito’ –, que os membros sejam criativos nos trabalhos que desempenham em favor dos Pobres. “Busquemos juntos caminhos novos e criativos para acudir na ajuda dos Pobres. Nossos esforços, lutas e sonhos comuns não podem deter-se até que a caridade seja globalizada. Nosso desejo e sonho é de que mais e mais pessoas se unam na caminhada para a globalização da caridade”.
Perdão e compromisso
As últimas palavras do padre foram voltadas a um pedido de perdão pelos erros que os membros da Família Vicentina possam ter cometido ao longo dos últimos 400 anos. “Pedimos perdão a Jesus e ao povo por todos os erros, faltas e pecados cometidos por seus membros”. Por fim, Mavrič fez uma prece. “Pedimos a graça de permanecer profundamente enraizados no Carisma. Pedimos com toda simplicidade e humildade que possamos comprometer-nos ainda mais com o fogo, a dedicação e a força na missão que Jesus nos confiou, deixando mais visível o ‘rosto de Jesus’, o evangelizador dos Pobres no mundo, regando, podando e fertilizando a árvore para que seus ramos cheguem a alcançar os rincões mais distantes da terra”.