Com quase dois séculos de existência, a Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) celebra 192 anos de uma missão que atravessa gerações, fronteiras e corações. O movimento vicentino, nascido em Paris em 1833, segue vivo e atuante graças ao compromisso de milhões de Vicentinos que se dedicam à caridade concreta, sempre inspirados pelo carisma do Beato Antônio Frederico Ozanam.
Márcio José da Silva, presidente do Conselho Nacional do Brasil da SSVP, expressa a emoção e a gratidão que marcam este momento. “Essa não é apenas uma comemoração de aniversário, é a celebração de uma missão viva, que continua tocando e transformando vidas no mundo inteiro. Celebramos uma história de fé, serviço e amor ao próximo que se renova a cada visita, a cada gesto de solidariedade, a cada oração partilhada”, afirma.
Uma frase emblemática, que atravessa gerações, resume o espírito que move os Vicentinos desde o início: “Vamos aos pobres!”. Foi com essas palavras que Ozanam e seus companheiros decidiram sair das palavras e partir para a ação. Mais do que ajuda material, levaram dignidade, escuta e amor fraterno àqueles que mais precisam — missão que permanece até hoje.
“Entre milhões de pessoas neste mundo, Deus escolheu cada Vicentino para uma missão grandiosa: viver o Evangelho na prática, levando amor, dignidade e esperança àqueles que mais precisam. Ser vicentino não é apenas visitar os pobres, é olhar nos olhos do Cristo sofredor, semana após semana, e dizer: “Estamos aqui, Senhor. É deixar-se transformar pelo amor que damos. Não somos apenas agentes de caridade, somos também profundamente moldados pela presença de Deus nos mais pobres”, ressalta Márcio.
Ao longo desses 192 anos, incontáveis vidas foram reescritas no mundo inteiro com a tinta da caridade: crianças que voltaram a sonhar, mães que encontraram consolo, lares que foram reerguidos e corações que foram curados. E além do material, a espiritualidade é parte essencial dessa caminhada. “Rezamos com os assistidos, acompanhamos seus sacramentos, choramos suas dores. A SSVP é uma família espiritual, com os olhos voltados para o céu e os pés firmes no chão da realidade.”
O presidente do CNB conclui com um olhar esperançoso para o futuro: “Que venham muitos outros anos! Que a chama vicentina nunca se apague. Que sejamos sempre luz onde há trevas, consolo onde há dor, e presença amorosa de Cristo onde Ele mais deseja estar: no meio dos Pobres.”