Dia dos Avós: A Influência dos Avós nos Vicentinos

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No Dia dos Avós, celebramos não apenas a sabedoria e o carinho dos mais velhos, mas também a inspiração e o legado que deixam para as gerações futuras. Na SSVP, essa herança se manifesta de maneira especial. Conheça as histórias de três famílias vicentinas em que os avós plantaram sementes de caridade e amor ao próximo, influenciando profundamente seus netos a seguirem o mesmo caminho.

Legado de Humildade e Caridade

Apesar de ser a única vicentina na família, Silvia conta que todos estão unidos, desenvolvendo trabalhos para a SSVP

Silvia Aparecida de Oliveira e Silva, de Taubaté/SP, cresceu em um lar vicentino, inspirada por seu pai, que dedicou 70 anos à SSVP. Desde pequena, Silvia observava o trabalho incansável de seu pai e se apaixonou pelo serviço aos mais necessitados. Aos 19 anos, após conhecer melhor o trabalho vicentino, decidiu se juntar à Conferência Sant’Ana, onde continua ativa até hoje.

Para Silvia, momentos marcantes incluem sua proclamação como vicentina e o presente simbólico de uma medalha de Antônio Frederico Ozanam de seu sogro, um gesto que reforçou seu compromisso com a SSVP. “Em certo momento, percebi que não conseguiria viver mais fora da SSVP e que Deus tinha um propósito na minha vida”.

Atualmente, a consócia se emociona ao ver sua neta, Helena Silva de Oliveira, de apenas 10 anos, demonstrar um desejo genuíno de ajudar os necessitados. Helena acompanha frequentemente a avó nas atividades da Conferência, desde embrulhar brinquedos no Natal até participar de eventos como a “Árvore Solidária” no shopping local, onde sua presença resultou em uma arrecadação recorde.

Helena convidando as pessoas a adotarem uma criança assistida em ação realizada no shopping

A dedicação de Helena é inspiradora. “Durante a ação no shopping, para arrecadar brinquedos no Natal, ela foi um show à parte. Parava as pessoas nos corredores, pedia para adotarem uma criança assistida e explicava o trabalho de forma espontânea. As pessoas paravam para ouvir uma criança”, relembra Silvia.

Avó e neta com camiseta do AVIV 2024

A avó relembra que Helena até usou sua mesada para adotar uma criança assistida, mostrando que a caridade e o amor ao próximo estão profundamente enraizados em seu coração jovem. “Quando vejo que alguém precisa de alguma coisa, tento ajudar. Gosto de ir à missa e na catequese. Gosto de rezar”, conta a pequena Helena.

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Helena ajudou a avó as separar os brinquedos das crianças no natal

Helena conta que durante suas visitas junto à avó, aprendeu sobre caridade, humildade e a importância de ajudar os Pobres e a conviver mais com Deus. “Vendo o trabalho deles e como eles me levaram algumas vezes, gostei e quis continuar ajudando”, reforça a futura vicentina.

A Jornada de Fé e Cura

Aos cinco anos, acompanhando seu pai vicentino, a vida de Lourdes de Souza Freitas, de Belo Horizonte/MG, foi moldada pela SSVP. Apesar de não se tornar vicentina na infância, sua jornada a trouxe de volta à organização em um momento crucial de sua vida. Diagnosticada com câncer de mama, recebeu apoio espiritual e um sonho revelador de sua filha Cláudia, que confirmou sua cura e seu chamado para a caridade vicentina.

“No sonho, minha filha via uma estrada longa e larga, em que nós duas de mãos dadas seguíamos confiantes e com saúde. Uma voz dizia que a estrada nos levaria ao encontro de irmãos carentes para ajudá-los e ampará-los. Após alguns dias, minha filha Cláudia recebeu um convite após uma missa na comunidade de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro em Belo Horizonte, para participar de uma conferência vicentina (Conferência Santo André Avelino), o que, naquele momento, foi motivo de muita emoção por ter a certeza da confirmação da minha cura já anunciada por Deus”, relembra Lourdes.

A trajetória da consócia é marcada por momentos de fé intensa, como os terços rezados com seu pai e as visitas aos assistidos. “Me lembro claramente como os cafés com biscoito com as mulheres carentes eram cheios de amor e doação. Aquilo nunca sairá da minha mente. Também me marcou muito o quanto Deus falou comigo que eu seria curada por meio do sonho da minha filha, me dando a oportunidade de dar testemunho por meio do trabalho vicentino”, conta Lourdes.

Hoje, ela continua sua missão na Conferência Nossa Senhora Aparecida, em uma área mais carente de Belo Horizonte, onde sente que Deus mais precisa dela. “Apesar da idade avançada, busco incessantemente a ajuda aos irmãos necessitados. Ainda com minhas limitações, quero estar perto dos irmãos, buscando suprir suas necessidades tanto materiais quanto espirituais. Busco também participar dos eventos vicentinos”.

Lourdes vê com gratidão a dedicação de sua neta, Camilla de Freitas Pereira, assessora jurídica do Conselho Nacional do Brasil (CNB), à SSVP. Desde pequena, Camilla acompanhava sua avó nas visitas e campanhas de arrecadação de alimentos. Hoje, Camilla é uma advogada brilhante e doutora em direito, dedicada à defesa dos assistidos e à promoção da justiça social.

“Ela se tornou uma pessoa que luta sem cessar pela justiça e pelas necessidades dos irmãos carentes, colocando seus dons inteiramente a serviço de Deus”, conta a avó orgulhosa.

Uma das memórias mais especiais para Lourdes é a participação de Camilla nas festas de Natal para os assistidos. Juntas, reciclavam brinquedos para distribuí-los, mostrando que a dedicação e o amor ao próximo transcendem gerações. “Enfeitávamos o salão, preparávamos o lanche e rezávamos com eles. Ela era pequena, mas trabalhava sem cessar comigo durante semanas, até o dia da festa de Natal”.

Lourdes conta que a vivência dentro da SSVP trouxe valores para o seio de sua família, que foram transmitidos aos netos. “Nesse ambiente, minha avó sempre me carregava para as visitas vicentinas. Lembro de brincar com as crianças assistidas, das orações feitas nas casas. Minha avó me ensinou que Jesus ficaria feliz se ajudasse aqueles que precisavam para que eles pudessem ter uma vida melhor”, relembra Camilla.

A advogada coloca em prática o que aprendeu com a avó diariamente. “Tento ser boa ouvinte, me coloco no lugar do outro e ajudo naquilo que é possível. Prezo por valores cristãos em tudo que faço. No meu trabalho, sou rígida com a observância do que é correto e na busca por justiça”, conta.

Hoje, Camilla vê que a SSVP trouxe o espírito de solidariedade para sua família. “Incentivar os familiares para a caminhada vicentina fortalece os laços. Na medida em que criamos cumplicidade, espírito fraternal, comunhão de valores e fortalecimento da amizade, tudo isso torna a família mais unida e amorosa”.

Valores Vicentinos Passados de Geração em Geração

Confrade Maurillo, consócia Mônica e consócia Valéria na Assembleia da Imaculada Conceição em Tietê/SP, em 1997

Maurillo Barros de Araújo, da Conferência Santíssima Trindade, Tietê/SP, relembra do seu começo na SSVP. “Me mudei para o Rio de Janeiro/RJ, ainda muito jovem, para estudar e trabalhar. Frequentava as missas da Igreja Santíssima Trindade e um dia recebi um convite para participar da Conferência Nossa Senhora da Conceição, em Flamengo. Desde então, sou vicentino”. 

O confrade se recorda de momentos marcantes na sua trajetória. “Ajudei a construir diversas casas para os assistidos e vi muitas famílias serem promovidas. Quando precisei colocar válvula no coração, aos 38 anos, minha expectativa de vida pós-cirurgia era de dois anos. Os vicentinos rezaram por mim e me visitaram no hospital, e hoje tenho 91 anos. Minha vida é um milagre!”, expressa sua alegria. 

O confrade Maurillo, aos 91 anos, ainda é ativo dento da SSVP

Os valores vicentinos são fundamentais para Maurillo, especialmente a visita semanal aos assistidos, que ele vê como uma verdadeira visita a Cristo na pessoa dos pobres. Ele destaca a importância da espiritualidade, mencionando que a leitura diária da Bíblia e a visita frequente ao Santíssimo Sacramento são práticas que mantém com devoção.

A influência de Maurillo na vida de seus netos é evidente. Mônica Dutra Milani, de Águas de Santa Barbara/SP, relembra com carinho as vezes em que ele a levava, junto de seus irmãos e primos, para visitar famílias necessitadas. Essas experiências, segundo ela, plantaram a semente do zelo apostólico em seu coração. Maurillo sempre insistiu na importância de fazer um trabalho impecável e comprometer-se com as atividades vicentinas, ensinamentos que Mônica carrega consigo até hoje.

Confrade Maurillo dando palestra numa ECAFO em 1997, no meio a consócia Valéria, filha dele, e do lado direito, a consócia Mônica 

Uma memória especial que Mônica guarda é a sindicância que ela e seu avô realizaram na Cidade Ozanam, Obra Unida da SSVP, em 1994. Juntos, eles entrevistaram todas as famílias que lá residiam, um trabalho que fez com que ela se sentisse ainda mais conectada à missão vicentina. Para Mônica, as discussões sobre o trabalho vicentino nas reuniões de família sempre reforçaram a união entre eles, evidenciando como a Sociedade desempenhou um papel crucial no seu crescimento e desenvolvimento pessoal.

Mônica expressa profunda gratidão por ter avós vicentinos. Ela acredita que a prática da caridade desde a infância moldou sua visão de mundo e a preparou para enfrentar os desafios da vida com empatia e dedicação. “Deus é maravilhoso por ter me permitido conhecer a prática da caridade desde criança”, afirma.

Ao refletir sobre o futuro, Mônica espera que seus filhos também cresçam amando e servindo os Pobres, seguindo o exemplo de seus avós. Tanto Maurillo quanto Mônica deixam uma mensagem sobre a importância da família e da obra vicentina: “ser vicentino é uma experiência incrível que transforma nossa forma de viver a fé. Visitem uma conferência e conheçam mais sobre a SSVP. É maravilhoso”.

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