Criada com o objetivo de levar amparo psicológico aos confrades e consocias membros das conferências vicentinas de todos os 36 Conselhos Metropolitanos do país e aos colaboradores das Obras Unidas durante a pandemia da COVID-19, a Rede de Afeto completou em outubro quatro meses de atividades, com resultados que enchem o Conselho Nacional de orgulho e fazem este grupo de psicólogos querer ir além: a partir de agora, a Rede de Afeto irá ultrapassar limites da Sociedade São Vicente de Paulo (SSVP) e passará a atender qualquer pessoa do país que precise de conforto e ajuda psicológica neste momento triste mundial.
A consócia e psicóloga Ada Ferreira é membro da equipe gestora e explica que a decisão de abrir o atendimento à sociedade em geral foi um passo natural. “Como a Rede de Afeto foi um sucesso interno na SSVP, resolvemos expandir. O próprio São Vicente de Paulo não descriminava quem seria assistido e a caridade praticada por nós, vicentinos, então, também deve ser ampla. E assim o faremos, dentro das nossas possibilidades”, explica. Ao longo desses quatro meses, 109 pessoas passaram pela Rede de Afeto, entre confrades, consócias e colaboradores das Obras.
O projeto Rede de afeto: gente cuidando da gente reúne uma equipe de 25 psicólogos voluntários que oferecem atendimento gratuito aos interessados. A consócia Ada Ferreira, ao lado dos profissionais Adriana Santana, Ester Ireno, Dayse Hespanhol e Orlando Inácio, integra a equipe gestora do projeto, que oferece atendimento psicológico por meio de tecnologias digitais, tendo em vista que todas as sessões são on-line. “São cinco sessões e ao fim deste ciclo o profissional vê a necessidade do paciente, se encaminha para outro profissional para continuidade do atendimento, ou se assim o profissional desejar e puder, ele mesmo faz o tratamento de maneira gratuita”, explica a consocia Ada.
Para os interessados em participar da Rede de Afeto, seja vicentino, colaborador das Obras ou sociedade civil, basta mandar mensagem ao número (32) 9 8514-4131 ou e-mail [email protected], que um voluntário retorna o contato, encaminhando o paciente a um dos psicólogos participantes.
“O Brasil e o mundo estão passando por um momento crítico. A pandemia afastou a todos e gerou muito medo, levando à ansiedade, depressão e solidão a muitos. A Rede de Afeto vem no sentido de amenizar essas dores. Os vicentinos e os colaboradores das Obras sofreram muito, pois a base de nossas ações é o contato com o outro. Estamos fazendo reuniões virtuais, para dar suporte, para falar de saúde mental, da sobrecarga de trabalho daqueles que não puderam se ausentar dos lares. Estamos tendo reuniões regionais, com presidentes dos lares, vice-presidentes regionais, Conselhos Centrais e Metropolitanos e os colaboradores dos lares porque precisamos dar esse suporte. Mas vimos a dimensão do Projeto e que a sociedade toda está sofrendo neste momento”, determina a consócia Ada.
A consócia conta que agora, nesta fase de volta ao trabalho, as pessoas estão ainda mais angustiadas. “Voltar ao trabalho pode implicar em novas angústias, no medo de contrair a doença. E isso precisa ser trabalhado, assim como quem está em home office até agora, se sente sozinho e isolado”, justifica.
A psicóloga conta que não foi definido um número máximo de participantes para ser atendido. “Vamos abrir a oportunidade e ir encaixando a demanda no tempo do nosso grupo de psicólogos. A ideia é ajudar o maior número de pessoas possível”, conta.
Questionada se a Rede de Afeto tem prazo de validade com o final da pandemia, a consócia é enfática: “Para nós, a Rede de Afeto já é um projeto instituído, não tem como virar algo temporário. Sempre foi um sonho aliar a profissão de psicóloga com essa possibilidade de servir. Agora isso é real e está sendo ampliado, não tem volta”, finaliza.
O Conselho Geral Internacional, também preocupado com o assunto, publicou uma nota sobre a saúde mental, que está disponível no seguinte link: https://www.ssvpglobal.org/a-ssvp-e-o-dia-mundial-da-saude-mental.