No mês chamado o mês dos vicentinos, o Padre Tomaz Mavric envia carta à Família Vicentina ressaltando a importância de se prepararem para a celebração da Festa de São Vicente de Paulo junto com atos concretos de serviços presenciais e espirituais aos Senhores e Mestres.
No documento o Padre parabeniza todos os ramos da Família Vicentina pela criatividade e o compromisso para os serviços na época da pandemia e destaca as incertezas do futuro. “Depois de ter vivido um longo período de dois anos de isolamento, distanciamento e proibição de reuniões, estamos ansiosos para aumentar os encontros presenciais, as reuniões e outros tipos de encontros”, afirmou o Padre.
Padre Thomaz ainda segue: “Embora Vicente tenha escrito mais de 30.000 cartas, a principal forma de comunicação ‘para distância’ de seu tempo, seus dias foram cheios de encontros com indivíduos e grupos, e é evidente que ele gostava de orações, e das reuniões, que reuniam confrades e consócias”.
A carta segue: “Em relação ao desenvolvimento da interconectividade, gostaria de destacar três áreas que já abordei no passado. Houve grandes melhorias em cada um delas, mas ainda há muito a fazer para alcançar os objetivos que nos propusemos. Esta é a razão pela qual volto a elas na carta deste ano, convencido de que, se formos capazes de aumentar o interconectividade e a colaboração para atingir os objetivos que nos propusemos nessas áreas específicas, as outras seguirão quase que automaticamente e será muito mais fácil reunir as 160 ramos para qualquer nova iniciativa que possamos empreender no futuro.”
As três áreas citadas pelo Padre são: os Conselhos Nacionais da Família Vicentina nos 162 países onde a Família Vicentina está presente; Resposta a desastres naturais, guerras e outras calamidades, contribuídas por toda a Família Vicentina, e a Aliança da Família Vicentina e Sem Teto (FHA) e a Campanha das 13 Casas.
Primeira área
Na questão dos Conselhos Nacionais, Padre Tomaz explica que o Escritório da Família Vicentina (VFO) está trabalhando para que até 2022 os 162 países tenham um Conselho Nacional da Família Vicentina.
O Padre segue, fazendo um apelo às famílias de cada país, região ou cidade que tenham mais experiência: “ ajudar a reunir os diferentes representantes da Família. Ter uma boa posição para convidar os ramos e organizar os Conselhos em que cada filial, a fim de planejar juntos diferentes projetos, iniciativas e reuniões ao longo do ano. Eu encorajo os Conselhos Nacionais a não limitarem suas reuniões a apenas uma vez por ano, mas sim três. Fazê-los várias vezes por ano, para desenvolver e intensificar a colaboração e interconexão que regularmente une a Família.
Vicente diz que quem se afasta destes serviços de colaboração é “pessoas que vivem apenas em um pequeno círculo, que limitam sua visão e projetos a uma pequena circunferência na qual se encerram como em um ponto, sem querer sair dali; e se eles lhes ensinam algo fora dele e se aproximam para ver, eles imediatamente voltam ao seu centro, o mesmo que os caracóis nas suas conchas”, escreve o Padre.
O documento segue: “Convido você a fazer todo o possível para que essas reuniões, projetos e iniciativas não sejam limitar a dois ou três ramos de um país, região ou cidade, mas incluir fielmente todos os galhos. Uma vez que um ramo ou outro propõe uma iniciativa e convida os outros a colaborar, eles o seguirão inevitavelmente”.
Segunda área
Já sobre a resposta a desastres naturais, guerras e outras calamidades, contribuídas por toda a Família Vicentina, o Padre escreve: “Dentro da Família Vicentina, devemos desenvolver um sistema em nível internacional, nacional, regional e local para responder da forma mais eficiente e rápida possível a catástrofes naturais, guerras e outras calamidades, não como um ramo individual, mas juntos, como toda a Família Vicentina. Na verdade, já começamos a pensar e agir sobre esta direção no nível do Comitê Executivo da Família Vicentina (VFEC)”.
O Padre conta que no ano passado, o Comitê se reuniu como uma família internacional para ajudar as pessoas afetadas por Covid-19, bem como a trágica explosão no porto de Beirute. “O VFEC lançou uma campanha com a Comissão da Aliança da Família Vicentina e Sem Teto (FHA), para ajudar as centenas de milhares de moradores de rua na capital libanesa, por meio do Conselho Nacional da Família Vicentino no Líbano, coordenado por seu presidente nacional.
O documento lembra que graças ao estabelecimento e consolidação dos conselhos nacionais da Família Vicentina, os 162 países em que ela está presente terão equipes de coordenação em campo, colaborando em nível internacional, o que se tornará uma força com a qual os Pobres do mundo serão capazes de contar. “Cada ramo, grande ou pequeno, é uma parte inestimável do maravilhoso mosaico que constitui a Família Vicentina”, define.
Terceira área
Já sobre a terceira área, o Padre explica que a Campanha das 13 Casas é uma iniciativa beneficente, que une a Família Vicentina e, portanto, precisa ser promovida dentro da Família Vicentina, a fim de tocar o coração de cada membro para que todos se envolvam. “O FHA é nosso único projeto comum. Portanto, deve ser promovido, implantado e ampliado nos 162 países onde a Família Vicentina está presente, para que nenhuma congregação ou associação fique de fora, mas que todos participam ativamente da iniciativa de cada um canto do mundo onde vivemos e servimos.”
Padre Tomaz explica que até o momento, 44 ramos da Família Vicentina participam ativamente da campanha e que foram construídas 1826 casas para atender 6.628 pessoas. “Esperávamos que, por ocasião da festa de São Vicente de Paulo do ano passado, muitos outros ramos, congregações e associações de leigos participassem de alguma forma do FHA, mas esse objetivo não foi alcançado. Ainda há um longo caminho a percorrer. Infelizmente, o número de pessoas que vivem nas ruas, de refugiados, de pessoas deslocadas e de pessoas que vivem em moradias precárias está aumentando dramaticamente como resultado da pandemia Covid-19. É preciso mais do que nunca uma resposta coordenada a essas enormes necessidades”, avalia no documento.
O Padre ainda lembra, que como já dito em carta anterior, o problema dos sem-teto não é abordado individualmente, mas como Família a nível local, nacional e internacional. “Cada ramo, contribuindo com sua longa história do serviço junto aos sem-teto, sua experiência, profissionalismo e recursos, contribui para uma força formidável, que é muito mais eficaz em ajudar Pobre”.
O documento segue com um pedido do Padre: “Para este fim, eu gostaria de convidar as 160 filiais da Família Vicentina, que ainda não o tenham feito, para se tornarem colaboradores ativos da Iniciativa FHA, entrando em contato com a Sra. Yasmine Cajuste ([email protected]), membro do Comitê de Coordenação da FHA, para receber informações e dados. E também para visitar o site da FHA: vfhomelessalliance.org”.
A carta é finalizada da seguinte forma: “Desejo a todos os membros da Família Vicentina em todo o mundo, no mais sentido termo amplo, uma profunda experiência de graça por ocasião da festa de São Vicente de Paulo. Que Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, São Vicente de Paulo, todos os Santos, Bem-aventurados e Servos de Deus da Família Vicentina continuem a interceder por nós e inspirem no caminho da globalização da Caridade!”