No Dia de Todos os Santos, a Sociedade de São Vicente de Paulo tem muito a comemorar. A Sociedade tem se firmado cada vez mais como um ambiente propício para a santidade. São cerca de 70 confrades e consócias da nossa Sociedade, que se encontram em algum grau de santidade perante a Santa Igreja.
A história desses servos de Deus, veneráveis, bem-aventurados e santos está devidamente registrada no livro “Santidade nas Conferências”, lançado em 2019 pelo Conselho Geral Internacional durante a plenária anual realizada na cidade do Porto, Portugal. Dentre essas histórias está, é claro, a de Antônio-Frederico Ozanam, cujo processo de canonização também está em andamento em fase bem avançada, segundo as notícias que chegam do Conselho Geral.
Para que Ozanam, hoje beato, seja canonizado, além da existência de um novo milagre, é preciso que a devoção a ele aumente e se alargue, sobretudo entre os confrades e as consócias, e também entre as famílias assistidas e os beneficiados de nossas obras. “É preciso de incluamos Ozanam no nosso cotidiano, pedindo a intercessão dele em casos mais corriqueiros, como emprego, saúde, vida familiar, estudos, prosperidade financeira, entre tantas outras possibilidades”, observou o confrade Renato Lima, 16º Presidente-geral.
Vale lembrar que o caso que permitiu a beatificação de Ozanam foi um milagre ocorrido no Brasil em 1926, com a cura de um menino que padecia de difteria gravíssima. Desde então, há diversos outros relatos e testemunhos que apontam a santidade de Antônio-Frederico. Um novo possível milagre, também ocorrido no Brasil, está em análise pelo Vaticano. O Conselho Geral, nesses últimos cinco anos, vem atuando intensamente para que a Santa Igreja proclame Ozanam como santo, respeitando, é claro, todas as regras e normas do Vaticano.
Sobre o grande número de confrades e consócias em processo de canonização, o Presidente-geral explica que “isso é a prova cabal de que a Sociedade Vicentina é o ambiente propício para que os membros da SSVP desenvolvam a espiritualidade, além da caridade, que é o nosso principal objetivo”. E adendou: “Ser confrade ou consócia é um presente de Deus e, ao mesmo tempo, um chamado divino que nos colocou nesta missão para, acima de tudo, buscar a santidade”.
Literatura
O livro “Santidade nas Conferências” foi escrito pelo pesquisador Gesiel Júnior, autor de dezenas de publicações vicentinas, católicas e biografias de personalidades brasileiras. A publicação consiste numa “hagiografia”, isto é, numa lista de biografias de 70 pessoas que foram seguidores dos sete fundadores e, hoje, encontram-se em algum nível de santidade perante a Igreja Católica, na condição de servo de Deus, venerável, beato ou santo.
O livro, de 164 páginas, é uma coletânea que reúne biografias ilustradas de nove santos, 36 beatos, 10 veneráveis e 16 servos de Deus. Todos eles participaram ativamente de Conferências Vicentinas, como, por exemplo, São João Paulo II, que foi confrade na época em que era universitário, em Cracóvia, na Polônia. Primeiro papa membro da SSVP, ele canonizou e beatificou grande número de personalidades contemporâneas, como a médica italiana Gianna Beretta Molla (1922-1962) e o cigano Ceferino Jimenez Malla (1861-1936), martirizado na Guerra Civil espanhola.