São Vicente de Paulo, com uma delicadeza surpreendente, sugere e insinua aos membros da primeira Confraria da Caridade, aos 24 de novembro de 1617, como deveriam servir aos Pobres:
“Aquela que estiver de dia, pedirá à tesoureira aquilo que será necessário para a comida dos Pobres naquele dia; preparará a comida e levará aos doentes; aproximar-se-á, saudando-os caridosa e alegremente; arrumará a mesinha na cama, colocando uma toalha por cima, um copo, uma colher e pão, e fará com que os doentes lavem as mãos; rezará a “Bênção”; colocará a sopa numa tigela e a carne num prato, acomodando tudo na mencionada mesinha; em seguida, convidará carinhosamente o doente a comer, por amor a Jesus Cristo e a sua Santa Mãe, tudo isso, como se estivesse fazendo a seu Filho, ou melhor que considera, como feito a Ele mesmo, o bem que se faz aos Pobres. Citar-lhe-á algumas pequenas palavras de Nosso Senhor, com esse sentimento procurará consolar se o doente estiver por acaso desanimado; às vezes, corta-lhe-á a carne, dar-lhe-á de beber, e tendo assim disposto o doente a comer, se tiver alguém junto dele, deixá-lo-á e irá atender o outro, tratando-o da mesma maneira, lembrando-se de começar sempre por aqueles que têm companhia em casa e de acabar pelos que vivem sós, a fim de poder ficar junto deles por mais tempo; voltará à tarde, trazendo o jantar com o mesmo preparativo e ordem como acima” (São Vicente de Paulo, XIII, 427-428).
Padre Mizael Poggioli
Congregação da Missão-CM