A SSVP Brasil esteve no Uruguai no final do ano passado para uma pré-missão de ajuda fraterna (hermanamiento). A pedido do Conselho Nacional do país vizinho, o Conselho Nacional do Brasil (CNB) enviou, de 9 a 15 dezembro, os representantes Rodrigo Rodrigues (Departamento Missionário) e Gutemberg Barboza (Comissão de Jovens) para conhecer o país de uma forma geral, as pessoas, a cultura, a religiosidade, mas, especialmente, a composição e situação da SSVP no país.
“O CNB tem vínculo de União Fraternal com o Uruguai, como tem também com Venezuela, Bolívia, São Tomé e Príncipe e Paraguai. São países hermaneados com o Brasil, onde podemos ajudar financeiramente, com formações e missões. No caso do Uruguai, o Conselho Nacional deste país solicitou ajuda para trabalhar missões, destacando que gostaria de missões com a juventude, pois a idade dos membros associados da SSVP no Uruguai estar bem avançada. A situação apresentada reflete a importância da cooperação entre os Conselhos Nacionais da Sociedade de São Vicente de Paulo (SSVP) e o papel fundamental da fraternidade entre os países. A solicitação do Uruguai demonstra uma necessidade estratégica de revitalizar o trabalho vicentino por meio do engajamento da juventude, garantindo a continuidade e renovação da missão vicentina”, argumenta Gutemberg, carinhosamente chamado de Guto.
E o que eles encontraram nas visitas foi uma sociedade envelhecida. “Nosso sentimento é de profunda consternação pelo envelhecimento das Unidades, fechamento de muitas, a falta de apoio do bispado e clero local, assim como a implantação de um Estado e sociedade uruguaia laica ao extremo e o planejamento familiar, levando muitos casais a não contrair matrimônio, nem ter filhos. Um país de idosos. Fechamento de escolas, seminários e um aumento absurdo do custo de vida”, relembra Rodrigo.
A SSVP Uruguai conta com apenas 14 Conferências, vinculadas ao Conselho Nacional, dois Lares de Idosos e uma Casa de Refúgio (recebe pacientes em tratamento oncológico e seus familiares, além de estudantes de curso superior com residência no interior). Mas os números e o envelhecimento das Unidades Vicentinas não desanimam, muito pelo contrário. “Mesmo enfrentando limitações, como o número reduzido de membros e a predominância de um perfil etário mais avançado, a SSVP uruguaia continua sendo um exemplo de dedicação e perseverança. Apesar das dificuldades, o espírito vicentino permanece forte, impulsionado por membros que, com zelo e amor, persistem em sua missão de servir aos mais necessitados”, conta Guto
Reconhecendo a necessidade de renovação, a SSVP no Uruguai busca atrair a juventude para fortalecer sua ação, trazendo energia e novas ideias para a continuidade do trabalho e é nesse contexto de renovação da juventude que a parceria com o Brasil tem tudo para dar certo.
Durante os dias em que tiveram no Uruguai, os representantes brasileiros visitaram todas as Unidades do país, incluindo as Obras Hogar de Ansianos San Vicente de Paul (casa de repouso para senhoras em Las Piedras), a Casa de Refúgio Frederico Ozanam (que hospeda pessoas que vão à capital, Montevidéu, fazer tratamento oncológico), a Casa de Repouso Enrique Chaplin (que atende idosos na província de Paysandu), além de uma casa de repouso para idosos em Tacuarembo, administrada pelas Filhas da Caridade. Rodrigo e Guto ainda conversaram com o Padre Hector Oviedo, da Congregação da Missão e responsável pelo santuário da medalha milagrosa no Uruguai, e com o bispo de Tacuarembo, Dom Pedro Ignacio Wolcan Olano, que se mostraram dispostos e felizes em contribuir com as futuras missões.
Eles ainda visitaram Conferências e conversaram com a presidente do Conselho Nacional do Uruguai, NelidaPiñeyro. “Ainda tivemos a oportunidade participar da Assembleia Nacional da SSVP do Uruguai, que a é realizada apenas uma vez ao ano, assim como a nossa Plenária Nacional. Foi uma visita muito rica e que deve trazer vários frutos”, avalia Rodrigo.
Esse sentimento é o mesmo compartilhado por Guto. “Meu sentimento é de gratidão por fazer parte da pré-missão, me sinto honrado de representar a CNJ e todos os jovens vicentinos do Brasil. Confesso que fiquei um pouco nervoso, mas, deu certo. Conseguir mostrar a força da juventude e vontade de ajudar aquelas pessoas, mostrar que eles não estão sozinhos, mesmo que sendo de outros países e idiomas, somos uma família só e sempre estaremos junto independentemente da situação. Ver a alegria deles nos olhos, a forma que nos receberam com muito carinho, nos fazendo de fato nos sentirmos em casa. E mesmo com as dificuldades eles mostram muita força, insistem em continuar os trabalhos e sempre com esperança”, define.
Agora os próximos passos são de alinhamento entre os Conselhos Nacionais para futuras missões e para que a juventude Uruguaia seja realmente cativada pelo carisma vicentino que alegra e move tantos jovens pelo mundo.




