Quais os planos de Deus aos vicentinos nesta pandemia?

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O mundo tem passado por um momento difícil e desafiador. Uma pandemia mudou a realidade de milhões de pessoas em todo planeta. Alguns especialistas afirmam, e nós pessoas comuns já percebemos, que o mundo não será mais o mesmo.

A pandemia tem mudado a forma que nos relacionamos uns com os outros e isso é perceptível por nós brasileiros que temos costumes mais afetivos de tratar as pessoas. Beijos, abraços e cumprimentos com as mãos deverão ser evitados, a menos que você esteja de máscara ou portando álcool em gel.

Mas você sabe quais os planos de Deus para nós, vicentinos, neste período de pandemia? Poderíamos tentar responder de diversas maneiras esta difícil pergunta, mas a resposta que deve brotar no coração de cada vicentino é que Deus nos escolheu para vivermos a maior das nossas missões, porque Ele nos ama e, acima de tudo, acredita no nosso trabalho. Ele quer que nós possamos inovar em nossas ações, quer que sejamos mais acolhedores, mais afetuosos, mais sensíveis à realidade do outro que sofre.

Se antes alguns de nós tínhamos a visão de que os nossos Mestres e Senhores são somente aqueles que passam fome, hoje devemos entender que nossos Mestres e Senhores também são aqueles que precisam do nosso amor, dos nossos conselhos, da nossa compreensão e, acima de tudo, de alguém para se sentirem mais seguros.

O isolamento social que fomos convocados a fazer para a nossa segurança, deixou também como consequência muitas pessoas ainda mais solitárias. Idosos que vivem sozinhos, trancados em suas casas ou apartamentos, é uma realidade muito grande no Brasil de hoje. Muitos deles não têm contato com filhos ou parentes para ajudarem a entender este momento difícil que estamos passando.

A missão que nós vicentinos temos é de procurar se fazer mais presente na vida deles e dar-lhes o apoio que precisam para atravessarmos juntos este tempo difícil.

São Vicente de Paulo viveu em um período de grandes mudanças no mundo. A França que Vicente vivia era uma potência mundial, mas que convivia com muita pobreza, crianças abandonadas e ruínas das revoluções. Vicente de tal maneira ouve o chamado de Deus para cumprir a maior missão da vida dele, que é ajudar aquele povo sofredor. São Vicente de Paulo é tido pela Igreja Católica como o patrono de todas a Obras de Caridade e, hoje, o trabalho de São Vicente de Paulo é tido como um modelo de assistência a famílias humildes e combate à pobreza no mundo.

O Beato Frederico Ozanam também viveu um período de grandes mudanças no mundo. Na mesma França de São Vicente de Paulo, porém mais de 200 anos depois, Frederico Ozanam viveu o pós Revolução Francesa (1794 – 1799) e o pós Era Napoleônica (1799 – 1815) em um país devastado por guerras e, consequentemente, como em todas a guerras, havia muita fome. Frederico também ouve o chamado de Deus para realizar a maior missão da vida dele, e foi exatamente no momento em que Frederico Ozanam e seus amigos foram desafiados a colocarem em prática os ensinamentos de Jesus Cristo. Trocar as palavras pelas ações. Inspirados no Santo Evangelho e no modelo de trabalho de São Vicente de Paulo, Ozanam e seus amigos começaram de maneira muito simples a realizar as primeiras visitas e promoções sociais.

O Espírito Santo de Deus fez com que a missão de Frederico Ozanam e seus amigos se espalhasse pelo mundo inteiro, transformando-se numa importante Rede de Caridade. 

De Frederico Ozanam até os tempos atuais, o mundo continuou vendo grandes mudanças acontecerem. A primeira e a segunda Guerra Mundial, as pandemias, os desastres naturais e tantos outros momentos difíceis que exigiram dos vicentinos um novo olhar sobre a realidade que viviam. Novas formas de praticar caridade, novas formas de anunciar o Evangelho, novas formas de recrutar membros para a Sociedade, novas formas de ação para combater o mal que de tempos em tempos assolam a humanidade. É dessa forma que devemos pensar como podemos continuar os nossos trabalhos de visitas, se não podemos entrar dentro da casa dos nossos assistidos. Devemos pensar como vamos consolar tantas famílias que perderam seus entes queridos se não podemos lhe dar ao menos um abraço. Devemos pensar como vamos ajudar os confrades e consócias que em meio essa pandemia perderam também seus familiares, seus empregos e hoje se encontram na mesma situação que nossas famílias assistidas.

Hoje, nós, VICENTINOS, somos chamados por Deus a cumprir a nossa maior missão. A juventude e membros que não estão no grupo de risco podem fazer as visitas do lado de fora das casas. Podem usar máscara, álcool em gel e manter o distanciamento físico, e aproximar-se das pessoas visitadas com amor e afeto. As palavras devem soar mais doces e serem as mais verdadeiras possíveis: “Tenha calma! Isso tudo vai passar. Confie em mim. Nós estamos juntos nessa. Se precisar de mim, pode me procurar”. Ao final das visitas e no retorno para casa, devemos ter os cuidados de realizar bem a higiene pessoal para que não sejamos transmissores do vírus.

Caso não tenha possibilidade de realizar essa visita frente à frente, hoje dispomos de recursos que São Vicente de Paulo e o Beato Frederico Ozanam não tinham. Podemos ligar, podemos mandar mensagens de texto ou de voz, podemos fazer uma chamada de vídeo… Hoje, nós temos a tecnologia a nosso favor e, agora, mais do que nunca, devemos usá-la para quebrar as barreiras do isolamento social que tem nos afastado.

É essa disponibilidade e atenção que devemos redobrar a partir de agora. É agora que devemos mostrar que a Sociedade de São Vicente de Paulo sempre esteve e sempre estará ao lado daqueles que sofrem, pois é Cristo que está ali a nos esperar. Ele hoje, além da nossa ajuda material e espiritual, espera de nós palavras de conforto, uma palavra otimista. Ele hoje está presente nos pobres que são nossos Mestres e Senhores, mas também está presente naqueles irmãos e irmãs vicentinas que hoje estão impossibilitados de realizar suas visitas semanais e que com certeza sentem muita falta de realizá-las. Vamos nos unir para vencermos os distanciamentos sociais e encarar a nossa maior missão de todas, para que no futuro, daqui uns 100 ou 200 anos, outros vicentinos e vicentinas possam olhar para a história e ver que nós, neste momento de pandemia mundial, soubemos repensar as nossas formas de ajuda e atravessamos este período turbulento cheios do Espírito Santo de Deus, mais unidos do que nunca. Pois se Deus nos escolheu para vivermos este momento, é porque Ele tem certeza que nós podemos cumprir essa missão.

Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Confrade Sidney Batista França

Conferência São Pedro – Jacaraípe

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