Mais que artesanato, mulheres aprendem sobre respeito

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Os chinelos bordados são vendidos em média de R$50

A assistida X. (o nome dela será preservado) decidiu dar um basta no relacionamento abusivo em que vivia. Ela foi à Delegacia e denunciou o marido que a espancava. A força para lutar pelo respeito pelo qual todas as mulheres devem ser tratadas veio dos Projetos Sociais do Conselho Nacional do Brasil da Sociedade de São Vicente de Paulo (CNB/SSVP).

X. é uma das contempladas pela iniciativa ‘Deixe-me Reviver’, que ensina bordado em chinelo para mulheres da periferia de Barretos (SP), área do Conselho Metropolitano de São José do Rio Preto. Mas as aulas, que acontecem todos os sábados na Igreja de Santa Ana e São Joaquim, vão muito além do ensino de artesanato. As consócias Deisiane Maria Silva Pereira (assistente social) e Cristina Tamura aproveitam para falar sobre questões socioeducativas, dentre elas, o empoderamento feminino.

A região onde as assistidas moram também é conhecida pelo alto índice de drogadição. As vicentinas da Conferência Santa Ana e São Joaquim viram que o artesanato era um meio pelo qual as mulheres poderiam ganhar uma renda, só que trabalhando em casa. Assim, conseguiriam cuidar dos filhos pequenos, evitando que os mesmos fossem aliciados pelo tráfico.

Aulas ministradas às assistidas
Aulas ministradas às assistidas

São oito mulheres participantes do projeto, no entanto, ele deve abrir mais vagas agora em setembro. O dinheiro financiado pelo CNB, cerca de R$5 mil, é usado para a compra de materiais. A dona da loja que vende as pedrarias ensina às mulheres como fazer o bordado. A cada dois chinelos vendidos, o lucro de um fica para a artesã e o lucro do outro é destinado à reposição de matéria-prima.

A consócia Deisiane está muito feliz com o rumo que o projeto tomou. “Nós percebemos que as mulheres estão mais responsáveis, felizes e com uma nova postura dentro de casa, cada vez mais preocupadas com a educação dos filhos e exigindo o respeito dos parceiros”.

O nome do projeto, ‘Deixe-me Reviver’, foi escolhido pelas próprias artesãs, explica Deisiane. “Elas quiseram mostrar que querem uma nova vida e que têm a perspectiva de um futuro diferente”.

A expectativa é de que as mulheres montem uma cooperativa de artesanatos e comercializem outros tipos de produtos.

Chinelo bordado feito durante o curso
Chinelo bordado feito durante o curso

Fonte: Redação do SSVPBRASIL

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