“Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! (Lc 1, 42)
Os cristãos católicos têm o dever de venerar a Imaculada Conceição de Maria, que é uma prerrogativa outorgada por Deus à Virgem Santíssima como prêmio pela sua sublime dignidade de Mãe de Deus e em virtude dos méritos de seu Filho.
Assim, a Imaculada Conceição de Maria foi reconhecida pela Igreja desde o seu início, como declara o Catecismo da Igreja Católica (CIC): “Na descendência de Eva, Deus escolheu a Virgem Maria para ser a Mãe do seu Filho. «Cheia de graça», ela é «o mais excelso fruto da Redenção». Desde o primeiro instante da sua conceição, ela foi totalmente preservada imune da mancha do pecado original, e permaneceu pura de todo o pecado pessoal ao longo da vida” (CIC 496-511).
Nesse mesmo sentido, a Igreja definiu a Imaculada Conceição de Maria como dogma de fé a 8 de dezembro de 1854 pelo Papa Pio IX, com as seguintes palavras: “Declaramos, pronunciamos e definimos que a doutrina que sustenta que a Santíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Concepção foi, por graça singular e privilégio do Deus onipotente, em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, preservada imune de toda mancha de culpa original, foi revelada por Deus e, portanto, deve ser firme e constantemente acreditada por todos os fiéis” (Bula “Ineffabilis Deus”).
Dessa maneira, “a Igreja confessa que Maria em nenhum momento e de nenhum modo foi atingida pelo pecado original que se transmite por geração à humanidade desde os nossos primeiros pais”*. Tal fato fez com que o Papa Pio XII afirmasse: “quando se fala de Maria, nem sequer se “deve pôr a questão” de que se teve ou não algum pecado, por diminuto que se possa pensar, “posto que transporta consigo a dignidade e santidade maiores depois das de Cristo. (…) É tão pura e tão santa que não pode conceber-se maior pureza depois da de Deus” (“Fulgens corona” – 08-09-1953)*. Portanto, Maria esteve livre da concupiscência, isto é, da propensão ou tendência ao mal desde a sua concepção. Então, a Imaculada Conceição de Maria: “É um privilégio extraordinário concedido à que havia de ser a Mãe de Deus”*. Logo: “Trata-se de uma verdade formalmente revelada por Deus”*. Daí, a insistência do Papa João Paulo II em designar Maria como: “Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, Esposa de Deus Espírito Santo” (Redemptoris Mater, 8).
Vale a pena destacar também que na Anunciação de Maria (Lc 1, 28), como enfatizou o Papa João Paulo II: “… não se deveria dizer simplesmente “cheia de graça”, mas sim “feita cheia de graça” ou “cumulada de graça”, o qual indicaria claramente que se trata de um dom dado por Deus à Virgem. (…) O termo – “cheia de graça” – expressa a imagem de uma graça perfeita e duradoura que implica plenitude” (Audiência Geral – 08-05-1996)*.
Cabe ressaltar ainda que Maria: “foi a sede de todas as graças divinas e que foi adornada com todos os carismas do Espírito Santo, até ao ponto de nunca ter estado sob o poder do mal”*. E igualmente importante, é válido evidenciar que: “Desde a sua concepção, a Virgem é superior em graça a todas as criaturas, incluídos os anjos. Mas não era uma graça infinita, cresceu ao longo da sua vida, especialmente na Encarnação, ao pé da Cruz e no Pentecostes. Além disso, o amor recíproco entre o Filho e a Mãe seria causa ininterrupta de aumento de Graça para Ela”*. Por isso, São José Maria Escrivá afiança que: “Não se pode considerar a Virgem revestida de uma dignidade divina. Mas, “mais que Ela só Deus” (cfr. Caminho 496)
Por fim, é pertinente registrar relevante menção a Maria: “Ela, cuja vocação humana era a de se tornar, na plenitude dos tempos estabelecidos, a Mãe do Verbo Eterno em consideração dos méritos deste Filho, Redentor do gênero humano, foi preservada desde o primeiro momento da sua concepção, da culpa do pecado original foi concebida imaculada. Livre do pecado original, ficou repleta, desde o primeiro momento da sua concepção, do Espírito Santo: foi concebida “cheia de graça” (Papa João Paulo II – 08-12-1981). Dessa forma, a Catequese Mariana vista nesta reflexão ensina a importância da veneração à Imaculada Conceição de Maria, como um meio eficaz de dedicar incondicional devoção a Nossa Senhora, pois Ela é um incomparável modelo de santidade e de entrega radical à vontade de Deus.
Que Nossa Senhora nos auxilie a seguir seus exemplos edificantes, sobretudo aceitando e cumprindo os desígnios de Deus para nossas vidas, com plena resignação!
“Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”. Amém!
Confrade João Marcos Andrietta (ele pertence à Conferência Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Salto-SP e é portador de Esclerose Lateral Amiotrófica-ELA).
(*) Apontamentos do Curso de Mariologia do Prof. Dr. Dom Rafael Maria Francisco da Silva, OSB – Cursos Católicos, EAD.
Para mais informações sobre a devoção vicentina à Imaculada Conceição, confira matéria especial publicada na edição novembro/dezembro da revista Boletim Brasileiro.